Metaplasia intestinal e carcinoma gástrico: correlação com os subtipos histológicos da neoplasia
AUTOR(ES)
Rodrigues, Luiz Gustavo M., Nogueira, Ana Margarida M.F., Araújo, Liubiana A., Salles, Paulo Guilherme O., Carvalho, Sílvia Pimenta de, Cabral, Mônica Maria D.A.
FONTE
Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial
DATA DE PUBLICAÇÃO
2001
RESUMO
Introdução: O papel da metaplasia intestinal (MI) como lesão pré-cancerosa gástrica não está completamente esclarecido. Objetivos: Analisar a distribuição e o tipo de MI em relação aos tipos de carcinoma gástrico (CG). Material e Método: Analisaram-se 71 peças de gastrectomia por CG. Amostras da neoplasia e da mucosa a intervalos regulares de toda a peça foram processadas rotineiramente; os cortes histológicos foram corados por HE e histoquímica para mucinas. A gastrite crônica atrófica (GCA) e a MI foram analisadas quanto a topografia, intensidade e tipo e correlacionadas com o subtipo da neoplasia. Resultados: Diagnosticaram-se 42 (59%) CGs do tipo intestinal (CaI), 17 (24%) difusos (CaD) e 12 (17%) não foram classificáveis. A GCA e a MI foram mais intensas no CaI do que no CaD (p = 0,02; p = 0,004). Observaram-se focos de MI dos tipos I, II e III em 21 CaI (50%), enquanto que 5/17 (29%) CaD com MI apresentavam focos de MI de tipos I e II. A MI do tipo III foi diagnosticada em 21 CaI (50%) e em seis CaD (35%) (p = 0,04); nas áreas peritumorais com MI, a do tipo III foi detectada em 13/34 (38%) CaI e 3/10 (30%) CaD. Houve correlação entre a intensidade da MI e o tipo da lesão (p = 0,005), observando-se MI de tipo III predominantemente quando as lesões eram de intensidade moderada a acentuada. Conclusões: A MI de tipo III pode ser considerada um marcador da intensidade do processo metaplásico. Sua presença em 50% dos CaI limita seu papel como lesão de risco e reforça a hipótese da existência de diversas vias carcinogênicas para o CG.
ASSUNTO(S)
estômago metaplasia intestinal carcinoma gástrico lesão pré-cancerosa gastrite atrófica
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