MERCANTILIZACIÓN Y AUTENTICIDAD EN LA FRONTERA URUGUAYO-BRASILEÑA: EL PORTUÑOL EN EL SIGLO XXI

AUTOR(ES)
FONTE

Trab. linguist. apl.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2021-05

RESUMO

RESUMO A situação sociolinguística da fronteira uruguaio-brasileira está sujeita à regulamentação do Estado uruguaio desde o final do século XIX. Ao longo do século XX, diferentes políticas públicas, principalmente educacionais, foram implementadas para erradicar o português e a sua variedade dialetal, o portuñol. Com o impulso dos acordos político-linguísticos assumidos com o MERCOSUL no final do século passado, o português passa a ser representado como símbolo da integração regional, em contradição com o discurso prescritivo tradicional. No século XXI, o projeto liderado por intelectuais e artistas para nomear o portuñol perante a UNESCO como patrimônio cultural imaterial do Uruguai, no contexto de uma crescente produção e difusão da arte em portuñol, modifica o status deste recurso periférico tradicionalmente estigmatizado e associado às classes subordinadas da sociedade de fronteira. A patrimonialização reconfigura processos de inclusão e exclusão, ao mobilizar falantes da periferia socioeconômica para garantir a autenticidade do portuñol. Por um lado, as estratégias que os ativistas desenvolvem para engajar aos falantes autênticos dão conta dos diferentes portuñois em circulação, em disputa, quem lhes atribui valores, quem se beneficia e quem sofre com essas dinâmicas (cf. HELLER, 2011). Por outro lado, a consolidação de um nicho de mercado para a produção artística em portuñol sublinha o delicado equilíbrio entre autenticidade e mercantilização, requisito para garantir o valor de lucro de repertórios estigmatizados na nova economia globalizada.

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