Mercantilização & contramovimento: agricultura sustentada pela comunidade (CSA): estudo de caso em Minas Gerais, Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Organ. Soc.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-09

RESUMO

Resumo A forma que se tornou convencional de produzir e distribuir alimentos baseia-se no uso de agroquímicos, adubos, fertilizantes industriais e de outras técnicas provenientes da Revolução Verde, com crescente dependência do capital financeiro-industrial. Isto significa a intensificação da mercantilização da agricultura. O problema que norteou esta pesquisa é a emergência de modos de organização resistentes a essa tendência. Com base no referencial teórico de Karl Polanyi (2012a, 2012b), construiu-se um estudo de caso cujo objeto é a agricultura sustentada pela comunidade, cujo acrônimo em inglês é CSA (community supported agriculture). Trata-se de um movimento que ressitua a produção agrícola pelos princípios do comércio justo e da agroecologia e uso de cadeias curtas que aproximam produção e consumo. O resultado é um alimento de qualidade nutritiva superior a preço acessível e justo. A análise do caso CSA Alfa aponta a coexistência de diferentes princípios de regulação numa combinação de troca mercantil e reciprocidade. Na esteira de Karl Polanyi, observa-se a atividade econômica imbricada ao social, daí que amizade, tolerância, fidelidade e comprometimento estabelecem um ethos comunitário em torno do alimento. A CSA parece manifestar um contramovimento à mercantilização ao potencializar a autonomia relativa dos indivíduos, o que eleva a coesão social dos grupos participantes.

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