Memória e interdiscurso em: o Guardador de Águas de Manoel de Barros

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Esta pesquisa objetiva o estudo de quatro poemas do livro O guardador de águas, de Manoel de Barros, em que por meio de uma metodologia de caráter qualitativointerpretativista, buscam-se relações interdiscursivas e, para tal, parte-se de rastros de memória discursiva e histórica. Teoricamente, baseia-se nos pressupostos teóricos da Análise do Discurso de linha francesa derivada dos estudos de Michel Pêcheux e Michel Foucault, entre outros autores. Utilizam-se conceitos basilares desta área de estudos e parte-se da visão foucaultiana a respeito dos domínios de memória, antecipação e atualidade, que são reelaborados por Courtine (1981), e, das noções de técnicas de coerções e correlatas resistências arroladas por Gregolin (2004b). Descrevem-se e analisam-se as reflexões metaenunciativas que constituem o corpus em questão visando à identificação e caracterização de enunciados pré-construídos no seio de diferentes formações discursivas, tidas como heterogêneas e de sentidos moventes. Serão analisados também os sentidos de enunciados postos em relação em diferentes formações discursivas no campo literário e fora dele. Assim, a materialidade discursiva, em análise, é compreendida como monumento uma vez que traz, em si, as condições sócio-histórico-culturais que possibilitam sua existência e funcionamento enquanto discurso e mostra caracterizações de sujeitos envolvidos em seu processo de constituição. Busca-se explicitar, ainda, o contexto sócio-histórico-cultural que possibilitou o retorno de determinados enunciados e os sentidos que assumiram, constituindo relações interdiscursivas e históricas.

ASSUNTO(S)

memória história análise do discurso interdiscourse resistance interdiscurso resistência barros, manoel de, 1916- guardador de águas - crítica e interpretação citizen sujeito linguistica memory history

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