Marcas visíveis e invisíveis: danos ao rosto feminino em episódios de violência conjugal
AUTOR(ES)
Dourado, Suzana de Magalhães, Noronha, Ceci Vilar
FONTE
Ciênc. saúde coletiva
DATA DE PUBLICAÇÃO
2015-09
RESUMO
Resumo Este artigo aborda os danos ao rosto feminino provocados por parceiro íntimo à luz do pressuposto cultural da face como locus corporal privilegiado e de alto valor simbólico. Com aporte quanti-qualitativo, o estudo objetivou: estimar a prevalência de lesões na face, cabeça e pescoço de mulheres agredidas pelo parceiro; apreender os significados, na visão das vítimas, das marcas originárias da violência; e investigar questões acerca do cuidado em saúde no tratamento dos agravos. Os dados estatísticos foram obtidos em boletins de ocorrência da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher de Salvador, Bahia, e a fase qualitativa da pesquisa constou de entrevistas com mulheres que recorreram à delegacia para denunciar o agressor. Estimou-se que, em 63,2% dos casos estudados, houve trauma na face e/ou cabeça e/ou pescoço da mulher agredida. A análise das falas revelou que os danos faciais, sobretudo os permanentes, tendem a produzir sentimentos de autodepreciação, humilhação e vergonha na vítima, gerando acentuado sofrimento psíquico. Ficou evidenciado que a atenção em saúde limitou-se aos aspectos físicos da vitimização, sem a percepção da violência conjugal como problema de saúde e consequente ausência de referenciamento das usuárias à rede de assistência à mulher em situação de violência.
ASSUNTO(S)
violência doméstica lesões faciais maus-tratos conjugais
Documentos Relacionados
- Aspectos visíveis das violências invisíveis: violência contra a mulher na família nos casos das usuárias do Centro de Referência Loreta Valadares em Salvador-BA
- Homens invisíveis: relatos de uma humilhação social
- Naturalização, reciprocidade e marcas da violência conjugal: percepções de homens processados criminalmente
- Mulheres dominicanas invisíveis: discursos de tráfico de pessoas em Porto Rico
- Nem anônimas nem invisíveis: cidade e mulheres escritoras de graffiti