Mapas auto-organizáveis para a identificação de ecorregiões do interflúvio Madeira-Purus: uma abordagem da biogeografia ecológica / Self-organizing map for boundary ecoregions Madeira-Purus inter-rivers in amazon forest: an approach of ecological biogeography

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Para o mapeamento das ecorregiões variáveis abióticas e bióticas como clima, hidrologia, feições morfológicas da paisagem, vegetação e solo são utilizadas. Em 2001, o WWF mapeou as ecorregiões do mundo, identificadas utilizando a hierarquia dos tipos de habitat, para atingir as metas de conservação da biodiversidade. Porém, esta abordagem para o mapeamento das ecorregiões não possui metodologia padronizada na escala regional. Os limites foram traçados a partir do conhecimento de especialistas, identificando áreas consideradas homogêneas. O objetivo geral deste estudo é mapear as ecorregiões terrestres do interflúvio Madeira-Purus em escala regional a partir de métodos computacionais que possam auxiliar no gerenciamento dos recursos florestais e no planejamento sistemático de conservação. O presente trabalho parte da hipótese que as ecorregiões do interflúvio MadeiraPurus podem ser mapeadas em escala regional a partir de um modelo computacional. A área de estudo concentra pesquisas do grupo de Biodiversidade do interflúvio Madeira-Purus da Rede GEOMA. As ecorregiões do interflúvio Madeira-Purus foram identificadas em escala regional a partir de redes neurais do tipo Mapa Auto-Organizável desenhadas para trabalhar sobre um conjunto de variáveis climáticas e ambientais. Foram utilizadas 21 variáveis ambientais referentes ao clima, vegetação, solos, altitude, distância geográfica, densidade de drenagem, declividade e NDVI. O mapeamento obtido a partir de cinco variáveis referentes à altitude, declividade, densidade de drenagem, latitude e vegetação ofereceu a delimitação automática final. A análise discriminante identificou o grau de mistura entre as ecorregiões resultantes, indicando um grau de concordância referente ao índice Kappa de 0.87. O procedimento metodológico desenvolvido mostrou-se consistente e passível de ser aplicado em outras áreas. Para o interflúvio Madeira-Purus as variáveis de latitude, densidade de drenagem e altitude serviram como substitutas das variáveis climáticas e ofereceram maior precisão e resolução espacial. A partir de uma análise qualitativa foi possível inferir a influência e contribuição de cada variável no processo de regionalização em ordem de importância: densidade de drenagem, latitude, altitude, vegetação e declividade. Com um conjunto menor de variáveis ambientais utilizadas para delimitar as ecorregiões, o modelo proposto encontrou maior heterogeneidade no interflúvio em comparação com as ecorregiões do WWF. O interflúvio Madeira-Purus foi mapeado contendo 13 ecorregiões que representam sua diversidade de ambientes, fornecendo assim informação relevante para estratégias de conservação da Amazônia.

ASSUNTO(S)

regionalização conservation redes neurais biodiversidade network neural ecorregiões conservação regionalization ecoregions biodiversity

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