Manometria biliar em pacientes submetidos à colangiopancreatografia retrógrada endoscópica / Biliary manometry in patientes referred to ERCP

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

26/08/2009

RESUMO

Introdução: A manometria do esfíncter de Oddi (MEO) é o padrão ouro para diagnóstico de disfunção do esfíncter de Oddi (DEO). A prevalência desta alteração em pacientes encaminhados à colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) e a sua importância clínica são desconhecidas no meio acadêmico brasileiro. Objetivos: Avaliar a prevalência da DEO nos pacientes submetidos à CPRE, correlacionar o diagnóstico de DEO com as doenças diagnosticadas na CPRE e com o número de tentativas de cateterização da via biliar; avaliar a taxa de sucesso na realização da manometria do esfíncter de Oddi (MEO) e as complicações do método. Pacientes e Métodos: Realizamos um estudo prospectivo em pacientes encaminhados para CPRE no Setor de Endoscopia Digestiva da Disciplina de Gastroenterologia Clínica do Hospital São Paulo UNIFESP. Foram evitadas drogas anticolinérgicas ou meperidina. O número de tentativas de cateterização profunda da via biliar foi registrado e estratificado em 5 (fácil canulação) e >5 (difícil canulação). Resultados: Foram incluídos 110 pacientes. A MEO biliar foi conseguida com sucesso em 71 (64,5%). A média de idade foi de 51,4 anos, sendo 29 homens. A DEO foi observada em 18/71 pacientes (25,3%), sendo 11 mulheres e sete homens. Os 71 pacientes foram estratificados em quatro grupos conforme resultado da CPRE: exame normal (16), litíase biliar incluindo litíase vesicular e dos ductos biliares (39), neoplasia biliar (9) e estenose inflamatória ou benigna (7). DEO foi observada em 5/16 pacientes com exames normais, 7/39 com litíase, 3/9 com neoplasia e 3/7 com estenose benigna, sem diferença estatística entre os grupos avaliados (p =0,63). Não se observa maior prevalência de DEO nos pacientes que tiveram cateterização da via biliar mais difícil (p =0,81) ou naqueles que tiveram complicações (p =0,82). Observa-se uma taxa de 15,4% de complicações gerais relacionadas com a CPRE e/ou MEO, porém somente 2/71 (2,8%) pacientes desenvolveram pancreatite leve após o procedimento. Conclusões: Observou-se elevada prevalência de DEO nos pacientes submetidos à CPRE, independente do diagnóstico colangiográfico. O número de tentativas para canulação da via biliar não interferiu no diagnóstico da DEO. A MEO mostrou-se um método seguro e possível na maioria dos pacientes do presente estudo.

ASSUNTO(S)

manometria endoscópica esfíncter de oddi cpre disfunção gastroenterologia biliary manometry ercp

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