Manejo não-farmacológico de pacientes hospitalizados com insuficiência cardíaca em hospital universitário
AUTOR(ES)
Rabelo, Eneida R., Aliti, Graziella B., Goldraich, Lívia, Domingues, Fernanda B., Clausell, Nadine, Rohde, Luis E.
FONTE
Arquivos Brasileiros de Cardiologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006-09
RESUMO
OBJETIVO: Descrever o manejo não-farmacológico de pacientes internados com insuficiência cardíaca (IC) em um hospital universitário. MÉTODOS: Estudo de coorte longitudinal de pacientes com IC diagnosticados pelo escore de Boston. Durante as 72 horas iniciais de internação, enfermeiras da clínica de IC realizaram entrevistas padronizadas e revisões de prontuários. RESULTADOS: Foram avaliadas 283 internações de 239 pacientes (idade = 64 ± 15 anos), aproximadamente 50% sexo masculino e 37% de etiologia isquêmica. O padrão de prescrição dos diferentes cuidados não-farmacológicos foi restrição de sal em 97%, controle de diurese em 85%, balanço hídrico em 75%, controle de peso em 61% e restrição hídrica em apenas 25% das internações. Embora os cuidados referidos estivessem nas prescrições, freqüentemente não eram realizados pela equipe responsável (p < 0,01 para todas as comparações). O uso irregular dos fármacos prescritos na semana anterior à hospitalização ocorreu em 22% e 21% dos pacientes sem e com re-internações, respectivamente (p = 1,00). Os pacientes com reinternações (n = 38) apresentaram disfunção sistólica grave, mais hospitalizações prévias e tempo prolongado de sintomas de IC, quando comparados aos não-reinternados, além de terem conhecimento mais adequado de aspectos relacionados com autocuidado (todos valores de p < 0,05). Na análise multivariada, apenas tempo de doença sintomática permaneceu como preditor independente de reinternações. CONCLUSÃO: Nossos dados indicam que mesmo em hospital universitário há importantes lacunas relativas à prescrição e realização de medidas não-farmacológicas de autocuidado na IC. Demonstramos que pacientes que reinternam aparentam bom conhecimento da doença; esse achado, entretanto, está relacionado de forma importante com a gravidade e o tempo de evolução da IC.
ASSUNTO(S)
insuficiência cardíaca manejo não-farmacológico reinternações
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