Litter fall and seed rain as bioindicators of environmental degradation in forest fragments of Atlantic Forest / Aporte de serrapilheira e chuva de sementes como bioindicadores de recuperação ambiental em fragmentos da floresta atlântica

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

A fragmentação florestal acarreta em grandes mudanças na estrutura e dinâmica das florestas, porém, poucos são os estudos sobre a influência da fragmentação na produção de sementes e na deposição de serrapilheira. O estudo teve como objetivo a comparação e a avaliação entre os padrões espaciais e temporais da chuva de sementes e da deposição de serrapilheira em quatro fragmentos de floresta atlântica considerando seu grau de isolamento (distância) e tamanho, avaliando a possibilidade de utilizar a chuva de sementes e o aporte de serrapilheira como bioindicadores de degradação ambiental. Em cada um dos fragmentos isolados (F3= 3.2 ha; F4= 62 ha) e conectados (F2 = 8 ha; F1= 23 ha) de diferentes tamanhos foram instaladas 16 colhetores a quatro diferentes distâncias da borda, e o material depositado coletado mensalmente durante 11 meses do ano de 2004. Correlação, análises de componentes principais (PCA), espécies indicadoras e agrupamento foram aplicadas para definir as relações entre as espécies e as características dos fragmentos estudados, assim como os padrões de deposição de serrapilheira. Para comparar os fragmentos foram calculados o índice de diversidade de Shannon-Weaver (H), riqueza de Margaleff (d) e de equitabilidade de Pielou (J). Olyra taquara (Poaceae), Mikania sp. (Asteraceae), Cecropia sp. (Moraceae) e Miconia sp. (Melastomataceae) representaram 83,5% das sementes depositadas no estudo. A densidade de sementes aportadas foi em média 116,3 propágulos/m2. A maior similaridade em relação à composição e densidade das espécies vegetais foi encontrado entre os fragmentos localizados a 150 m de distância um do outro, estando o menor e mais distantes deles completamente isolado dos demais. Todos os fragmentos apresentaram baixa diversidade (H ≤ 2.0), baixa equitabilidade (J= 0,5084; Jesperado= 1) e riqueza (d= 0,80) e baixa densidade da chuva de sementes em relação à média esperada (>500 propágulos/m2), com alta freqüência de espécies pioneiras. A maior riqueza foi obtida no fragmento menor, porém com baixa equitabilidade indicando que poucas espécies apresentam grande número de indivíduos. O pico de produção de sementes totais e dispersas pelo vento ocorreu no início do período das chuvas, em outubro, e das zoocóricas no mês de março, final do período chuvoso. O número de espécies tendeu a aumentar da borda para o interior do fragmento. Os fragmentos depositaram em média 4,9 t/ha de material decíduo durante o estudo, dos quais 69,4% corresponderam a folhas, 14,2% a galhos, 6,4% de material reprodutivo e 10% de resíduos. A sazonalidade foi marcada por um período de maior deposição no final do período mais seco do ano, entre os meses de setembro e novembro. O tamanho e a distância dos fragmentos, assim como a distância das parcelas em relação a borda, não apresentaram diferenças significativas, apesar do fragmento F2 demonstrar tendência a maior deposição. A chuva de sementes demonstrou ser um bom bioindicador para indicar o estado de degradação de fragmentos florestais, ao contrário da deposição de serrapilheira que se demonstrou de difícil interpretação.

ASSUNTO(S)

fragmentação florestal chuva de sementes deposição de serrapilheira. seed rain litterfall. conservacao da natureza forest fragmentation

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