Lipoproteína(a) e inibição da fibrinólise na doença arterial coronariana
AUTOR(ES)
Lima, Luciana M., Carvalho, Maria G., Sabino, Adriano P., Sousa, Marinez O.
FONTE
Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006-03
RESUMO
O envolvimento da lipoproteína(a) nas doenças ateroscleróticas tem sido alvo de muitos estudos que têm demonstrado que esta lipoproteína é um fator de risco independente para a doença arterial coronariana (DAC). Devido à semelhança estrutural com o plasminogênio, a Lp(a) pode competir com os sítios de ligação deste, diminuindo a geração de plasmina e inibindo a fibrinólise. O trombo formado numa placa aterosclerótica rompida dispara a maioria dos eventos cardiovasculares isquêmicos. Como o trombo é dissolvido através do sistema fibrinolítico, surgiu a hipótese de que uma diminuição da atividade fibrinolítica poderia ser um fator de risco para eventos isquêmicos. Entretanto, alguns estudos demonstraram ausência de associação entre Lp(a) e DAC, enquanto alguns atribuem o real valor preditivo à uma sub-população de Lp(a) com alta afinidade por fibrina. Essa hipótese sugere que alguns fenótipos de Lp(a) não estão associados à aterotrombose. Sendo assim, as pesquisas envolvendo Lp(a) e DAC apresentam resultados controversos, altamente dependentes da população estudada. Na população brasileira, a qual apresenta uma heterogeneidade de etnias, são raros os estudos deste tipo. Diante das notáveis controvérsias, espera-se que a presente revisão possa contribuir para suscitar ânimos no sentido da realização de estudos adicionais envolvendo a dosagem da Lp(a) em pacientes com DAC na nossa população. O conhecimento acumulado ao longo do tempo sobre a associação entre Lp(a) e DAC foi obtido através de estudos conduzidos fora do nosso meio. Assim, estudos fundamentados dentro da nossa realidade poderão trazer respostas mais fidedignas e adequadas para a nossa população.
ASSUNTO(S)
lipoproteína(a) fibrinólise doença arterial coronariana
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