Leveduras de Candida isodas da boca de crianças com e sem Síndrome de Down: aspectos feno-genotípicos, relação intrafamilial e perfil de imunoglobulinas

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Um total de 160 amostras de secreção salivar foi coletado da mucosa jugal de indivíduos avaliados neste estudo de caso-controle e atendidos na Unidade Odontológica Infantil da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás na cidade de Goiânia - GO, Brasil. Sessenta (60/160) (37,5%) amostras de Candida foram isoladas e identificadas como pertencentes apenas a espécie albicans. Destas, trinta e sete (37/40) (92,5%) leveduras foram provenientes da mucosa bucal de crianças com Síndrome de Down (grupo teste), catorze (14/80) (17,5%) de crianças sem síndrome (grupo controle) e nove (9/40) (22,5%) de pais e/ou responsáveis. As amostras de C. albicans bucais foram detectadas em crianças com uma faixa etária de zero a 11 anos e a maioria pertencia ao gênero masculino. A mãe apresentou-se como responsável pela curadoria dos filhos com uma média de idade de 39,4 anos. Todas as crianças e pais e/ou responsáveis, incluídos neste estudo, apresentavam mucosa bucal intacta e não faziam uso de nenhuma droga terapêutica. Análises das características fenotípicas das amostras de C. albicans bucais permitiram identificar nove morfotipos diferentes (3240, 3340, 5320, 5330, 5340, 5530, 5540, 7530 e 7540) no grupo teste e quatro morfotipos (2330, 5240, 5320 e 5330) e (5230, 5240, 5520 e 5530) nos grupos controle e pais e/ou responsáveis, respectivamente. Colônias fúngicas franjadas foram mais expressivas entre amostras de C. albicans oriundas da boca de crianças com irregularidade cromossômica. A formação de tubos germinativos, em soro fetal bovino, ocorreu em menor espaço de tempo entre os isolados de C. albicans bucais de crianças sindrômicas. Todas as amostras de C. albicans, isoladas da boca das crianças e pais e/ou responsáveis, mostraram-se produtoras de aspartil proteinases e 95,0% (57/60) de fosfolipases, cabendo ao grupo teste os isolados de C. albicans mais produtivos. Maior diversidade de killertipos (111, 112, 121, 186 e 888) foram presenciados entre os cultivos de C. albicans bucais de crianças com Síndrome de Down. Todos os isolados de C. albicans, originados da boca de crianças com e sem Síndrome de Down e pais e/ou responsáveis, foram suscetíveis às drogas antifúngicas empregadas (anfotericina B, fluconazol, itraconazol e 5-fluorocitosina). Estudo estatístico empregando o teste qui-quadrado (X2) em relação ao número de amostras de C. albicans bucais decorrentes dos grupos teste, controle e pais e/ou responsáveis, quanto às variáveis: carreamento de leveduras bucais, intervalo de tempo necessário à formação de tubos germinativos e o índice de produtividade de exoenzimas demonstrou in vitro diferenças estatísticas significantes às características fenotípicas presenciadas nas amostras de C. albicans da boca pertencentes ao grupo de crianças com Síndrome de Down em relação aos demais grupos controle e pais e/ou responsáveis inclusos neste trabalho. Concentrações elevadas de IgA e IgM e normais de IgG séricas totais foram detectadas em crianças com Síndrome de Down basicamente na faixa etária de quatro a sete anos de idade. Variabilidade de 45,0 a 100,0% de similaridade genética presenciou-se entre os pares de C. albicans isoladas da boca simultaneamente de pais e/ou responsáveis e crianças com Síndrome de Down mediante emprego de RAPD usando os primers RSD10 e RSD12. In vitro C. albicans bucais de crianças com Síndrome de Down demonstraram ampla capacidade de colonização da boca de indivíduos com irregularidade cromossômica.

ASSUNTO(S)

candida albicans boca odontologia ciencias da saude síndrome de down

Documentos Relacionados