Levantamento cariotípico em espécies de peixes marinhos costeiros de fundo arenoso (Osteichthypes, Perciformes)

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Análises citogenéticas em peixes são importantes porque os mesmos compõem um grupo particular entre os vertebrados, ocupando posição central na evolução animal. A Ordem Perciformes, dominante nos ambientes marinhos e dulcícolas, constitui um modelo potencialmente útil na avaliação genética de populações, como também no entendimento de seus processos evolutivos. Apesar disto, ainda são escassos os estudos citogenéticos neste grande grupo, sobretudo para os habitantes de fundo arenoso e hábitos pelágicos. O presente trabalho se propôs a contribuir para a caracterização citogenética de nove espécies de peixes marinhos litorâneos de fundo arenoso do litoral do Rio Grande do Norte (Brasil), identificando os padrões evolutivos relacionados ao cariótipo nestas espécies e a existência de afinidades filogenéticas entre elas e outros Perciformes. Os animais foram coletados nas praias da Redinha, Ponta Negra e Búzios (Litoral do Rio Grande do Norte) e no Arquipélago de São Pedro e São Paulo. Posteriormente foram submetidos às técnicas citogenéticas que consistem em estimulação mitótica, obtenção de cromossomos mitóticos, seguida por técnicas de coloração convencional (Giemsa) e bandamentos cromossômicos (Ag-RONs e bandamento C). Número diplóide e número fundamental iguais a 48 foram observados na maioria das espécies: Menticirrhus americanus, Ophioscion punctatissimus, Pareques acuminatus (Sciaenidae); Chloroscombrus chrysurus (Carangidae); Echeneis sp. 2 (Echeneidae); Archosargus probatocephalus (Sparidae) e Orthopristis ruber (Haemulidae). Trachinotus goodei (NF=52) (Carangidae) e Echeneis sp. 1 (Echeneidae) (NF=54) apresentaram uma variação no NF, mantendo-se constante um número diplóide igual a 48. As RONs estavam situadas em posição pericentromérica em todas os scianídeos, e nas espécies Echeneis sp. 2 (22 par), O. ruber e A. probatocephalus (1 par), coincidindo com grandes blocos heterocromáticos em M. americanus (1 par), P. acuminatus (2 par) e O. ruber (1 par). As RONs também foram localizadas na região telomérica do braço curto do 5 e 11 pares acrocêntricos em T. goodei, 4 e 19 pares de C. chrysurus, 1 par (sm) de Echeneis sp. 1. O bandamento C detectou blocos centroméricos na maioria dos cromossomos das espécies de Sciaenidae, Carangidae e Echeneidae, com grandes blocos em A. probatocephalus (4 par). Blocos heterocromáticos em regiões teloméricas em submetacêntricos de Echeneis sp. 1, e pericentroméricas em M. americanus (1 e 8 pares), O. punctatissimus (1 par) e P. acuminatus (2 par) também foram observados. Nota-se um marcante conservadorismo cromossômico nas espécies da família Scianidae e Haemulidae no que diz respeito ao número de cromossomos acrocêntricos e a localização das RONs. Porém é destacada a presença de eventos de heterocromatinização durante a evolução cariotípica desta família. Já nas famílias Sparidae e Carangidae, os resultados obtidos reafirmam exemplos de pequenas variações estruturais resultantes de inversões e translocações Robertsonianas, como principais mecanismos de diversificação cariotípica, bem como um padrão evolutivo mais conservado numericamente, também observado em representantes de Echeneidae do Atlântico em relação ao Pacífico. A presença de RONs múltiplas, observadas nas espécies T. goodei e C. chrysurus parecem representar um caráter derivado na família Carangidae. Os resultados para as espécies O. ruber e A. probatocephalus sugerem a presença de possíveis barreiras geográficas ou climáticas entre suas populações no NE do Brasil, quando comparada com a região SE

ASSUNTO(S)

peixes citogenética carangidae genetica molecular e de microorganismos cytogenetics carangidae sciaenidae sciaenidae sparidae echeneidae fishes sparidae echeneidae

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