Isolamento de Microsporum gypseum do pelame de felídeos selvagens sadios mantidos em cativeiro no Brasil
AUTOR(ES)
Bentubo, Henri Donnarumma Levy, Fedullo, José Daniel Luzes, Corrêa, Sandra Helena Ramiro, Teixeira, Rodrigo Hidalgo Friciello, Coutinho, Selene Dall' Acqua
FONTE
Brazilian Journal of Microbiology
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006-06
RESUMO
Os dermatófitos são os fungos mais comumente associados às micoses superficiais em animais e homem. O estado de portador assintomático do gato doméstico o caracteriza como importante fonte de infecção, entretanto, até então, tal aspecto não foi pesquisado em relação a seus parentes selvagens. O objetivo desta pesquisa foi determinar a presença de dermatófitos no pelame de felídeos selvagens sadios, mantidos em cativeiro na Fundação Parque Zoológico de São Paulo. A amostragem foi constituída de 130 animais adultos de ambos os sexos, sendo 25 leões (Panthera leo), 12 tigres (Panthera tigris), 6 onças-pintadas (Panthera onca), 4 leopardos (Panthera pardus), 2 leopardos-das-neves (Panthera uncia), 2 suçuaranas (Puma concolor), 2 guepardos (Acinonyx jubatus), 1 jaguatirica (Leopardus pardalis), 28 gatos-do-mato-pequenos (Leopardus tigrinus), 10 gatos-maracajás (Leopardus wiedii), 8 gatos-do-mato-grandes (Leopardus geoffroyi), 22 gatos-mouriscos (Herpaylurus yaguaroundii) e 8 gatos-palheiros (Oncifelis colocolo). As amostras foram obtidas a partir da fricção de quadrados de carpete estéreis no pelame dos animais. Os carpetes foram então semeados em placas de Petri contendo ágar Mycobiotic (Difco®) e incubadas a 25°C por 4 semanas. As colônias obtidas foram repicadas em tubos contendo ágar Sabouraud dextrose com cloranfenicol (100mg/L) e submetidas a microcultivo em lâmina, para posterior identificação através de suas características macro e microscópicas. Microsporum gypseum foi isolado de duas leoas (1,6%) aparentemente saudáveis, ambas mantidas em terrários. Os contaminantes mais prevalentes foram dos gêneros Penicillium (27,9%); Cladosporium (24,5%); Acremonium (12,1%); Scopulariopsis e Chrysosporium (9,8%); e Aspergillus (5,3%). A ocorrência de dermatófitos no pelame de felídeos selvagens sadios, mantidos em cativeiro, confirma seu estado de portador assintomático e os caracteriza como fontes de infecção para outros animais e para os seres humanos.
ASSUNTO(S)
dermatófitos microsporum gypseum dermatofitoses felídeos selvagens
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