Intervenções para o tratamento de fratura e pseudartrose da clavícula em adultos e adolescentes: revisão sistemática. / Interventions for treating clavicle fractures in adults and adolescents: Systematic review of randomised controlled trials

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Objetivo: Avaliar a efetividade dos diferentes métodos de tratamento da fratura e pseudartrose do terço médio da clavícula em adultos e adolescentes. Métodos: Estratégia de busca: abrangeu CENTRAL, MEDLINE, EMBASE e LILACS. Não houve restrições de idioma ou meios de publicações. A última estratégia de busca foi realizada em julho de 2009. Critério de seleção: foram incluídos ensaios clínicos randomizados e quase-randomizados que avaliaram o tratamento de fratura aguda e pseudartrose do terço médio da clavícula em adultos e adolescentes. Os desfechos primários foram: dor, qualidade de vida/função do ombro e falha do tratamento. Coleta e análise dos dados: dois autores, independentemente, selecionaram os estudos elegíveis, avaliaram a qualidade metodológica e extraíram os dados. Calculou-se o risco relativo com 95% de intervalo de confiança para as variáveis dicotômicas; para variáveis contínuas, a diferença entre as médias foi calculada com 95% de intervalo de confiança. Quando possível, os estudos foram agrupados. Resultados: Intervenções não cirúrgicas: dois estudos compararam imobilização em oito versus tipoia. Ambos possuíam baixo poder estatístico e alto risco de viés. Houve maiores níveis de dor e desconforto durante o tratamento nos pacientes submetidos à imobilização em oito. Um terceiro estudo, com baixo risco de viés, mas baixo poder estatístico, avaliou o ultrassom terapêutico. Não houve diferenças significantes entre o ultrassom de baixa intensidade e placebo nos desfechos avaliados. Intervenções não cirúrgicas versus cirúrgicas: Quatro estudos, dois com moderado e dois com alto risco de viés foram incluídos. Dois estudos compararam fixação com placa versus tipoia, com resultados favoráveis ao tratamento cirúrgico ao avaliar falha do tratamento e qualidade de vida/função do ombro. Outros dois estudos compararam fixação intramedular versus tratamento não cirúrgico; a cirurgia foi superior para os desfechos dor e qualidade de vida/função do ombro. Intervenções cirúrgicas: quatro estudos com baixo poder estatístico, cada qual avaliando diferentes comparações, foram incluídos; três possuíam alto risco de viés. Um estudo comparou placa de compressão de baixo contato com placa de compressão dinâmica em pseudartrose da clavícula; os pacientes tratados com placa de baixo contato apresentaram evolução melhor para: função do ombro, consolidação, retorno ao trabalho e menor incidência de sintomas relacionados ao implante. Outro estudo comparou fixação intramedular com pinos de Knowles versus fixação com placa para o tratamento de fratura aguda e pseudartrose da clavícula; a fixação intramedular acarretou em menor consumo de analgésicos após a cirurgia, menor número de complicações associadas ao implante e menor tempo cirúrgico e de internação. Um terceiro estudo, com baixo risco de viés, concluiu que a técnica de fixação tridimensional com placa ocasionou menor incidência de retardo de consolidação em relação à fixação na face superior das fraturas agudas da clavícula. Um último estudo avaliou a fixação intramedular das fraturas agudas da clavícula comparando redução fechada versus redução aberta. Houve diferenças significativas em favor da redução fechada quando avaliados os desfechos primários. Conclusão: os ensaios clínicos disponíveis na literatura não apresentam qualidade metodológica adequada e/ou poder estatístico apropriado, portanto, não há evidência suficiente para determinar quais os mais apropriados métodos de tratamento para a fratura e pseudartrose do terço médio da clavícula. Há uma tendência de melhores resultados funcionais e radiográficos a favor das intervenções cirúrgicas quando comparadas às intervenções não cirúrgicas.

ASSUNTO(S)

ortopedia 1. clavícula, 2. fraturas de ossos, 3. pseudartrose, 4. fixação de fratura, 5. consolidação da fratura.

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