Intervenção coronária percutânea por acesso transradial em pacientes com infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Cardiol. Invasiva

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012

RESUMO

INTRODUÇÃO: A via radial é objeto de interesse crescente de cardiologistas intervencionistas, por oferecer diversas vantagens, entre elas a redução da taxa de sangramento maior, associado a maior risco de morte e eventos isquêmicos. Entretanto, sua utilização como via de acesso na intervenção coronária percutânea (ICP) primária é motivo de controvérsias, pela maior complexidade do procedimento e pelo possível retardo para se obter a reperfusão miocárdica, quando comparada à via femoral. MÉTODOS: Estudo retrospectivo, que incluiu pacientes consecutivos com diagnóstico de infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST) submetidos a ICP primária por via radial. Foram analisados os perfis clínico, angiográfico e do procedimento, assim como a evolução tanto inicial como tardia. RESULTADOS: Entre outubro de 2010 e fevereiro de 2012, 61 pacientes foram submetidos a ICP primária por via radial. A média de idade foi de 59 ± 11,1 anos, 24,6% eram do sexo feminino e 21,3% eram diabéticos. O tempo porta-balão foi de 126,1 ± 44,7 minutos, o tempo de fluoroscopia foi de 16,1 ± 9,5 minutos, o sucesso angiográfico foi alcançado em 98,5%, com obtenção de blush miocárdico graus 2 ou 3 em 77,4%, e resolução do segmento ST > 50% aos 90 minutos em 70,5% dos pacientes. A mortalidade hospitalar foi de 6,6% e a taxa de sangramento grave foi de 1,6%. Na evolução tardia, reestenose clínica ocorreu em 7,2% e óbitos adicionais, em 3,5% dos pacientes. CONCLUSÕES: A utilização da via radial para ICP primária é segura e eficaz quando realizada em serviços familiarizados com a técnica, não apresentou retardo para a reperfusão, comparativamente a dados históricos, e demonstrou baixo risco de sangramento maior.

ASSUNTO(S)

infarto do miocárdio artéria radial angioplastia hemorragia

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