Interfaces entre gênero, infância e escola : dialogando com crianças
AUTOR(ES)
Sostisso, Débora Francez
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010
RESUMO
O presente trabalho tem como propósito lançar um olhar sobre as questões de gênero no espaço escolar. Isto se deu a partir da investigação sobre a forma como crianças de 1ª série do Ensino Fundamental (6 e 7 anos) de duas escolas particulares da cidade de Novo Hamburgo experienciam as questões de gênero, bem como, de que forma estas construções atravessam o cotidiano escolar e que discursos e representações se articulam ao que as crianças manifestam. Para tanto, exploro falas e situações que emergiram do referido ambiente escolar, observações das interações entre as crianças e discussão de algumas questões através de estratégias propostas aos grupos que oportunizassem o debate acerca das relações de gênero. Este olhar a que me referi anteriormente foi sendo aguçado e regulado pela aproximação teórica dos Estudos Culturais e de Gênero, numa abordagem pós-estruturalista, articulando conceitos de corpo, gênero, sexualidade, representação, identidade e diferença. Diante destas formulações busco problematizar e discutir os seguintes questionamentos: De que forma as questões de gênero perpassam o cotidiano escolar em momentos de interação? O que as crianças dizem e pensam a respeito de questões de gênero? Que discursos e representações se articulam nestas dinâmicas? Acredito que a importância deste trabalho se dá no sentido da reflexão e discussão teórico-conceitual acerca das construções de significados culturais a respeito de questões que envolvem gênero, nas quais a escola (também) está implicada. A investigação apontou o caráter generificado das práticas sociais articulado aos discursos hegemônicos dominantes que interpelam as crianças e produzem efeitos na constituição de suas identidades de gênero. Contudo, as análises também demonstraram o quanto as feminilidades e masculinidades vão se constituindo de forma discursiva através de dinâmicas caracterizadas pela complexidade, provisoriedade, contraditoriedade e contingência, de forma que atentemos para a possibilidade de problematização e de disputas de significados que o contexto escolar pode propiciar.
ASSUNTO(S)
identidade identidade infância gênero diferença escola
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/10183/22515Documentos Relacionados
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