Interações mediadas por predadores em teias alimentares de artrópodes

AUTOR(ES)
FONTE

Neotropical Entomology

DATA DE PUBLICAÇÃO

2001-03

RESUMO

Estudos sobre interações entre plantas, herbívoros e inimigos naturais são importantes para o entendimento da dinâmica populacional das espécies em teias alimentares, bem como para o sucesso do controle de pragas por inimigos naturais. Os programas de controle biológico fundamentam-se na ocorrência de sucessões tróficas, onde a adição de um inimigo natural causa o decréscimo na densidade da presa/hospedeiro e o aumento da biomassa da planta. Entretanto, quando mais de uma espécie de inimigo natural é usada para controlar várias pragas no mesmo sistema, teias alimentares artificiais são criadas e as interações tritróficas simples transformam-se em outras mais complicadas. A ocorrência de interações complexas e de onivoria nestas teias alimentares pode modificar a direção e a intensidade dos efeitos diretos dos inimigos naturais sobre as pragas. Neste artigo, são apresentados e discutidos os resultados experimentais sobre interações mediadas por predadores em uma teia alimentar artificial. Esta teia é formada em plantas de pepino em casa de vegetação onde o controle biológico é aplicado. A teia constitui-se de duas pragas, o ácaro rajado Tetranychus urticae Koch e o tripes Frankliniella occidentalis (Pergande). Para o controle dos ácaros rajados são liberados os ácaros predadores Phytoseiulus persimilis Athias-Henriot e Neoseiulus californicus (McGregor). O controle dos tripes é feito através de liberações do percevejo generalista Orius laevigatus (Fieber) e do ácaro predador especialista Neoseiulus cucumeris (Oudemans). Resultados de estudos comportamentais mostraram que algumas destas espécies são atraídas para o mesma planta e não evitam plantas ocupados por outras espécies. Quando estas espécies são encontradas na mesma planta, interações complexas ocorrem: (a) predação intraguilda de O. laevigatus sobre P. persimilis, (b) uso da teia produzida pelo ácaro rajado pelas larvas de tripes como refúgio contra seus predadores. As conseqüências destas interações na dinâmica populacional dos predadores e das pragas e no sucesso do controle biológico são discutidos.

ASSUNTO(S)

defesa de plantas odor atração comportamento antipredador predação intraguilda controle biológico

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