Interações entre ingestão de vitamina K, vitamina K sérica, tempo de protrombina e a dose de varfarina e polimorfismo do gene CYP2C9 em pacientes cardiopatas usuários de anticoagulantes orais de um Instituto de Cardiologia de São Paulo / Interactions between vitamin K, vitamin K serum prothrombin time and warfarin dose and CYP2C9 gene polymorphisms in cardiac patients users of oral anticoagulants for a Cardiology Institute in São Paulo.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

26/05/2010

RESUMO

Introdução: Varfarina é o principal suporte no tratamento da anticoagulação oral (ACO) e na profilaxia de doenças tromboembólicas. Ela têm um índice terapêutico estreito, e é necessário regular sua monitorização para evitar efeitos adversos sérios. Existe uma ampla variabilidade interindividual na dosagem, o que torna-se imprevisível a resposta anticoagulante. Os fatores ambientais mais discutidos na literatura que afetam a resposta a anticoagulação são: a idade, o peso e altura, a dieta e interações medicamentosas. Mais recentemente, alguns polimorfismos foram estudados por contribuirem significativamente na variabilidade da dosagem de cumarina. As diferenças raciais e culturais influenciam os requisitos da dosagem, que pode ser explicado, pelo menos em parte, por fatores genéticos e alimentares. Incorporação de fatores genéticos e ambientais podem ajudar na previsão de carga mais individualizado e doses de manutenção para a terapia de anticoagulação mais segura. Materiais e método: Foram estudados 66 pacientes cardiopatas usuários de anticoagulantes orais, aplicamos um questionário induzido de frequência alimentar com 10 alimentos fonte de vit K, um recordatório de 24 hs / habitual, orientamos o paciente para uma ingestão de vit K regular ou até 500 μg/dia e um registro Alimentar de 7 dias. Observamos a dose diária do ACO; acompanhamos 10 valores de INR antes e após a orientação nutricional; análise da Vitamina K sérica e polimorfismo do CYP2C9. Resultados: O consumo habitual de vitamina K1 antes da orientação nutricional foi em média de 80,95 82,37 μg/dia e após a orientação nutricional o resultado foi de 64,03 39,77 μg/dia. Analisando o QFA do nosso estudo, o consumo da vitamina K1 estava abaixo do recomendado. Na avaliação sobre o tipo de óleo, o consumo do óleo de soja foi maior. Os valores achados de vitamina K1 plasmática na nossa população foram em média de 0,55 0,52 ng/mL. No nosso estudo, não foi observada uma correlação entre o aumento ou diminuição da ingestão da vitamina K1 e o INR que sustentasse essa relação. Na análise da genotipagem para o polimorfismo no CYP2C9, foi observado 46 (69%) pacientes com o tipo selvagem *1/*1, com dose média de 3,16 1,69 mg/dia; 13 (20%) dos pacientes com genótipo *1/*2, dose média de 3,28 2,23 mg/dia; 5 (7%) dos pacientes com genótipo *1/*3, com dose média de 2,24 0,65 mg/dia e 2 (3%) dos pacientes com genótipo *2/*2, com dose média de 3,03 1,26 mg/dia. Conclusão: A variabilidade das necessidades da dose de warfarina é multifatorial. A abordagem dietoterápica para pacientes em uso de anticoagulante oral deve ser individualizada, o papel da equipe multidisciplinar poderá interferir positivamente no controle da atividade anticoagulante para um tratamento mais seguro, assim como melhores condições de alimentação e nutrição. A incorporação de fatores genéticos e ambientais pode ajudar na previsão e manutenção da dose individualizada.

ASSUNTO(S)

vitamina k filoquinona vitamina k sérica varfarina gene cyp2c9 nutrição nutricao

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