Interação Oceano-Atmosfera sobre o Atlântico Sudoeste na Região da Confluência Brasil-Malvinas / Ocean-Atmosphere Interactions on the Atlantic South Region of Brazil-Malvinas Confluence.
AUTOR(ES)
Lucimara Russo
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
Os processos de interação oceano-atmosfera no Atlântico Sudoeste sobre a região da Confluência Brasil-Malvinas (CBM), foram estudados neste trabalho. A região da CBM é considerada uma das mais energéticas do oceano, e dispõe de características únicas pelo fato de sua formação ser marcada pelo contraste de massas d água associadas a correntes marinhas distintas. A Corrente do Brasil (quente e salina), ramo da Corrente Sul-Equatorial flui na direção sul e se encontra com a Corrente das Malvinas (fria, menos salina), que flui na direção norte, ramo da Corrente Circumpolar Antártica. Neste trabalho foram descritos e estudados através de análise de dados in situ e modelagem numérica com assimilação de dados, os mecanismos responsáveis pela interação oceano-atmosfera na região da CBM. Analisou-se a estrutura vertical da Camada Limite Atmosférica (CLA) nessa região em função das condições superficiais oceânicas. Foram utilizadas as observações simultâneas das propriedades físicas do oceano e da atmosfera coletadas a bordo do N.Ap.Oc. Ary Rongel da Marinha Brasileira enquanto o navio cruzava a região da CBM, considerando os períodos de amostragem de quatro campanhas em anos distintos de 2004 a 2007. Os resultados mostram que a CLA é modulada pelo forte gradiente de TSM, através do mecanismo físico de estabilidade estática, sem a presença de sistemas de grande escala sobre a região. No lado quente da CBM, a CLA é mais instável e o vento em superfície mais intenso. Esta região mais quente também apresenta maiores valores de fluxos de calor. Por outro lado, sobre o lado frio da CBM, a CLA é mais estável e os ventos em superfície são menos intensos, com menores fluxos de calor. A altura do topo da CLA no lado quente é maior comparado com o lado frio da CBM. Os resultados do modelo atmosférico reproduzem os padrões de circulação de grande escala e as condições sinóticas presentes na região da CBM, e também reproduzem os mesmos mecanismos de instabilidade da CLA que foram observados nos dados in situo Uma das principais contribuições desse estudo foi mostrar que a simulação numérica é sensível a assimilação destes dados, em parte melhorando a qualidade destas simulações. Nos perfis de umidade relativa e componentes meridional e zonal do vento, por exemplo, o perfil da atmosfera simulado representou melhor a atmosfera real nos baixos e altos níveis, quando comparados com os resultados do experimento sem a inclusão desses dados.
ASSUNTO(S)
confluência brasil-malvinas interação oceano-atmosfera camada limite atmosférica assimilação de dados análise sinótica brazil-malvinas confluence air-sea interaction atmospheric boundary layer data assimilation synoptic analysis
ACESSO AO ARTIGO
http://urlib.net/sid.inpe.br/mtc-m18@80/2009/09.18.19.08Documentos Relacionados
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