Interação entre qualidade do meio ambiente, estresse e a variação do gene APOE na determinação da suscetibilidade à fibromialgia
AUTOR(ES)
Becker, Roze Mary Ribas, Silva, Vanessa Kappel da, Machado, Fernanda da Silva, Santos, Adriana Freitag dos, Meireles, Daiane Cristine, Mergener, Michelle, Santos, Geraldine Alves dos, Andrade, Fabiana Michelsen de
FONTE
Revista Brasileira de Reumatologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010-12
RESUMO
INTRODUÇÃO: A fibromialgia se trata de uma desordem multifatorial, cuja etiologia reside na interação entre a susceptibilidade genética e o ambiente. No entanto, poucos trabalhos procuram detectar quais seriam os fatores considerados de risco. OBJETIVO: Investigar a influência genética e sua interação com qualidade ambiental e com estresse como possíveis fatores de risco para o desenvolvimento da fibromialgia. PACIENTES E MÉTODOS: Neste estudo transversal, foram investigados dois grupos de mulheres, sendo 47 com diagnóstico clínico de fibromialgia, e 41 mulheres do grupo controle, todas da comunidade de Novo Hamburgo, RS. O polimorfismo do gene da apolipoproteína E (APOE) foi analisado, a partir do DNA extraído do sangue total de ambas as amostras. Os fatores ambientais foram avaliados através do inventário de sintomas para adultos de Lipp (ISSL), para a averiguação do estresse comportamental, e da aplicação do domínio V do WHOQOL-100. RESULTADOS: Dentre as pacientes, foram encontradas mais mulheres com níveis altos de estresse, quando comparado à amostra controle (P < 0,001); além disto, os escores médios do domínio V do WHOQOL-100, que avalia qualidade do meio ambiente, foram inferiores neste grupo (P < 0,001). As frequências genotípicas e alélicas do gene APOE foram similares entre os dois grupos. A análise multivariada demonstrou que baixos escores do WHOQOL-100, aumentaram a chance de desenvolvimento da doença em 57,7 vezes (P < 0,001), e que altos níveis de estresse foram significativamente relacionados com a doença (OR = 197,2; P < 0,001). Essa abordagem apontou para uma interação entre estresse e a presença do alelo E*2 (P = 0,028). A doença foi muito mais frequente em pacientes com altos níveis de estresse que não eram portadoras do alelo E*2 (OR estimado = 265,1), quando comparada a pacientes com o mesmo nível de estresse e portadoras do alelo E*2 (OR estimado = 1,06). CONCLUSÃO: A presença do alelo E*2 pode indicar possível ação protetora para a relação entre fibromialgia e estresse
ASSUNTO(S)
fibromialgia estresse qualidade ambiental interações gene x ambiente apolipoproteína e
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