Intensificação precoce e transplante autologo de celula progenitora hematopoetica versus quimioterapia convencional em pacientes portadores de linfoma não-hodgkin agressivos e de alto risco como terapia de primeira linha

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

O tratamento convencional dos linfomas não-Hodgkin (LNH) com protocolo CHOP, promove taxas de remissão em aproximadamente 70% dos pacientes, as recidivas são freqüentes e, apenas 40% serão curados. Regimes poliquimioterápicos de segunda ou terceira gerações, não melhoraram estes índices. Atualmente, o transplante autólogo de medula óssea é a terapia de escolha para pacientes com LNH agressivos, em primeira recidiva sensível. Estudos de fase II em LNH agressivos, incorporando terapia de alta dose (TAD) seguida por transplante autólogo de medula óssea (TAMO) ou células progenitoras periféricas (CPP) em primeira linha, têm mostrado melhores taxas de sobrevida livre de doença (SLD), a longo prazo, em uma proporção substancial de pacientes. Porém, os resultados de estudos randomizados não confirmaram estes achados e foram muito heterogêneos. Análises retrospectivas de dois destes estudos, sugeriram o benefício do TAMO em pacientes com LNH agressivos e com IPI alto risco, após terapia de indução completa. Outros estudos, incorporando TAMO após terapia de indução abreviada, mostraram resultados conflitantes. Com o objetivo de analisar se intensificação precoce é mais efetiva que quimioterapia convencional, no tratamento dos pacientes portadores de LNH agressivos e de alto risco, conduzimos um estudo prospectivo, randomizado, de setembro de 1998 a dezembro de 2003. Um total de 56 pacientes com LNH IPI alto intermediário e alto risco, foram randomizados para receber 12 ciclos de VACOP-B (Braço A) ou 6 ciclos de VACOP-B seguido por TAD - CY 4g/m2, VP16 2g/m2 e resgate com CPP (Braço B). Foram analisadas as taxas de sobrevida global (SG), sobrevida livre de doença (SLD), sobrevida livre de eventos (SLE), toxicidade e taxas de mortalidade. Foram randomizados 27 pacientes para o braço A e 29 pacientes para o braço B. Destes, 73.2% (41/56) dos pacientes foram do sexo masculino e 26.8%, do sexo feminino. A mediana de idade foi de 38 anos. Mortalidade precoce (<100 dias) ocorreu em 17% dos pacientes durante o tratamento e a principal causa foi progressão de doença. Com uma mediana de observação de 23 meses, 14 (52%) pacientes no braço A e 16 (55%) pacientes no braço B obtiveram remissão completa (P=0,08). As taxas de SG não diferiram entre os dois braços terapêuticos (P=0.8). Em análise multivariada, o IPI foi fator adverso influenciando a SG. A SLD foi de 93% no braço A comparado com 47% no braço B (P=0,02), apesar do maior número de pacientes com IPI de alto risco no braço A (P=0,02). A análise da SLE, não mostrou diferença estatisticamente significante (47% braço A e 30% braço B; P=NS). IPI foi fator adverso significante associado à SLE. Considerando a baixa SLD no braço B, nós não podemos considerar terapia seqüencial de alta dose e resgate com CPP, após indução quimioterápica abreviada, como terapia de primeira linha em LNH agressivos e IPI de risco intermediário-alto e alto risco

ASSUNTO(S)

transplante de celulas - tronco hematopoeticas quimioterapia transplante autologo

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