Inovação e relações de cooperação: uma análise sobre o Programa de apoio à pesquisa em empresas (PAPPE)
AUTOR(ES)
Michelle de Castro Carrijo
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
29/04/2011
RESUMO
O trabalho analisa o Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas (PAPPE), que surgiu no Brasil em 2003, com o objetivo de apoiar projetos inovativos desenvolvidos por empresas em parceria com pesquisadores. O programa surgiu como uma política pioneira, por se tratar de uma iniciativa conjunta das esferas federal, via FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), e estadual, via FAPs (Fundações de Amparo Estaduais), com a intenção de descentralizar as ações de fomento e oferecer recursos de modo a atender às necessidades e características do desenvolvimento regional. A análise do Programa é realizada com base no arcabouço teórico neoschumpeteriano, que se fundamenta na visão sistêmica do processo inovativo por meio do desenvolvimento do conceito de Sistema Nacional de Inovação, o programa, também de forma pioneira, tem como objetivo estimular e fortalecer as relações de interação entre os agentes econômicos, uma vez que tais relações podem favorecer a geração e disseminação de conhecimento e aprendizado, fenômenos eminentemente interativos que constituem elementos-chave para o desenvolvimento e a difusão de inovações. O PAPPE é, portanto, um dos instrumentos utilizados pelo governo brasileiro para tentar superar alguns gargalos que fazem o sistema de inovação do país ser caracterizado por alguns estudiosos como imaturo/incompleto; por isso, a importância em estudá-lo e identificar suas contribuições. Para tanto, e por meio da realização de entrevistas online com participantes do PAPPE, o presente trabalho analisa o programa nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, com intuito de caracterizar tais empresas, bem como identificar seus impactos sobre as relações de interação e as atividades inovativas. De maneira geral, as empresas que tiveram projetos aprovados no PAPPE são fundamentalmente jovens, criadas entre os anos 1990 e 2000; de pequeno porte, possuem um número significativo de empregados com formação superior e cursos de pós-graduação; já estabelecem relações de parceira com outros agentes; possuem, na grande maioria, departamentos próprios de P&D e sócios fundadores originados do ambiente acadêmico. Noutros termos, tais dados apontam para o surgimento de um novo cenário no país, qual seja o formado por micro e pequenas empresas inovativas que reconhecem a importância das relações de interação.
ASSUNTO(S)
economia inovação cooperação políticas públicas sistemas nacionais de inovação pappe pesquisa e desenvolvimento empresas brasileiras - pesquisa programa de apoio à pesquisas em empresas innovation co-operation public policy national innovation systems
ACESSO AO ARTIGO
http://www.bdtd.ufu.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=4184Documentos Relacionados
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