Inoculação de Lacazia loboi no tecido celular subcutâneo da bolsa jugal do hamster

AUTOR(ES)
FONTE

Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo

DATA DE PUBLICAÇÃO

2000-06

RESUMO

O tecido celular subcutâneo da bolsa jugal do hamster, um local de privilégio imunológico, tem sido usado para a investigação da infectividade potencial de diferentes tipos de parasitas. Está demonstrado que o implante de fragmentos de lesões induzidas pelo fungo Lacazia loboi, o agente etiológico da doença de Jorge Lobo, no tecido subcutâneo da bolsa jugal do hamster resultou na multiplicação e disseminação do parasita para linfonodos satélites16. Neste trabalho, descrevemos a evolução de lesões induzidas pela inoculação do fungo isolado de lesões de humanos neste sítio de privilégio imunológico. A morfologia da resposta inflamatória, a viabilidade e proliferação do fungo foram analisadas. A inoculação do fungo na bolsa jugal induziu granulomas com raros linfócitos. Embora células fúngicas tenham sido observadas até 180 dias após inoculação, os fungos perderam viabilidade após o primeiro dia da inoculação. Contrariamente, quando o fungo foi inoculado no coxim plantar dos animais, foram observadas lesões histiocitárias não organizadas. Células gigantes do tipo Langhans, linfócitos e fungos foram observados nessas lesões. Quando inoculado na pata dos animais, a viabilidade do fungo foi observada até 60 dias após inoculação. Parasitas não viáveis foram observados em lesões de até 180 dias. Esses dados indicam que o tecido celular subcutâneo da bolsa jugal do hamster não é local adequado para a proliferação do Lacazia loboi quando o fungo isolado de tecido humano é testado.

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