Influência do brincar no desempenho motor, cognitivo e social de crianças em idade escolar no Brasil e em Portugual

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O objetivo desse estudo foi verificar a influência da introdução de períodos de brincadeiras livres na escola sobre o desempenho motor, cognitivo e social de crianças brasileiras e portuguesas. Para responder aos objetivos propostos, a coleta dos dados foi organizada em três estudos distintos: 1) caracterização dos brinquedos; 2) influência das brincadeiras no desempenho das crianças e; 3) características do brincar. Para coletar os dados foram utilizados os recursos do survey e do quase-experimento. Participaram deste estudo 259 crianças de uma amostra brasileira e 172 crianças de uma amostra portuguesa. Todas as crianças freqüentavam os quatro primeiros anos do ensino fundamental. Um estudo mais detalhado foi realizado com 44 crianças (23 brasileiras e 21 portuguesas) do segundo ano escolar das duas amostras. Através da análise dos dados constatou-se que, quanto à caracterização dos brinquedos muitas semelhanças entre as duas amostras foram encontradas. Os meninos de ambas as amostras apresentaram predileção e maior utilização por brinquedos que exigem atividades físicas intensas. As crianças mais jovens da amostra brasileira indicaram estar mais predispostas a utilizarem os brinquedos que promovem e estimulam o desenvolvimento motor e social. Na amostra portuguesa não foram encontradas diferenças significativas na utilização dos brinquedos entre os diferentes níveis escolares das crianças. A intervenção oferecida às crianças brasileiras e portuguesas produziu resultados semelhantes. Nos dois países estudados, a introdução de períodos de brincadeira livre em ambiente escolar demonstrou provocar mudanças nos grupos experimentais. As observações das brincadeiras das crianças revelaram que, em ambas as amostras, as crianças preferem brincar de forma grupal e com brinquedos motores. Nas duas amostras os meninos apresentaram maior tendência para a segregação pelos sexos nas atividades do que as meninas. Os meninos também apresentaram preferência significativa por brincadeiras turbulentas quando comparados com as meninas. As semelhanças encontradas nas duas amostras apontam para a universalidade do comportamento de brincar enquanto que as diferenças se remetem às peculiaridades de cada contexto sócio-cultural. Conclui-se que os resultados deste estudo demonstram as vantagens da disponibilização de tempos de brincadeira livre no horário escolar, indicando que este tipo de atividade constitui-se em um ativador dos processos de desenvolvimento infantil capaz de potencializar os resultados da ação educativa.

ASSUNTO(S)

desempenho nas crianças - avaliação brincadeiras crianças - desenvolvimento psicologia cognição nas crianças - avaliação

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