Influência do ácido tranexâmico no sangramento pós-operatório de cirurgias cardíacas com circulação extracorpórea

AUTOR(ES)
FONTE

Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery

DATA DE PUBLICAÇÃO

2002-12

RESUMO

OBJETIVO: Analisar a influência do ácido tranexâmico no sangramento pós-operatório de cirurgia cardíaca com circulação extracorpórea (CEC). MÉTODO: Foram randomizados, em 2 grupos, 51 pacientes submetidos a cirurgia cardíaca com auxílio de CEC. Grupos: Grupo I - controle, com 26 pacientes, sendo 12 com doença coronariana obstrutiva e 14 com lesões valvulares; Grupo II - ácido tranexâmico, com 25 pacientes, sendo 14 com doença coronariana obstrutiva e 11 com lesões valvulares. No grupo I foram infundidos 250ml de solução fisiológica (SF) 0,9%, após acesso venoso; o grupo II recebeu 100mg/kg de peso corpóreo de ácido tranexâmico diluído em 250ml de SF 0,9%, após acesso venoso. Foram colhidas amostras de sangue para exames na admissão ao CTI, após 12, 24 e 36 horas de pós-operatório. Os grupos foram comparados com relação a fatores que pudessem influir no sangramento pós-operatório e na necessidade de hemotransfusão: idade, sexo, creatinina, tempo de CEC, variação no hematócrito, plaquetas, fibrinogênio, número de pontes safenas, uso da artéria torácica interna, troca ou reconstrução valvar. Foram avaliados o sangramento no pós-operatório da 1a a 4a horas e o total. O método estatístico empregado foi o teste t de Student, com correção de Welch, dependendo do caso, para os dados contínuos. Os dados categóricos (sexo, troca valvar, etc.) foram analisados pelo teste não paramétrico do X². Em algumas situações foi usado teste exato de Fisher. Em todos os casos foi utilizado índice de significância p < 0,05. RESULTADOS: Com relação ao sangramento pós-operatório e a utilização de hemoderivados, houve redução da média dos mesmos nos pacientes com lesões valvulares no Grupo II, com diferença estatística. Com relação às complicações tromboembólicas ou renais, não houve diferença estatística entre os grupos. CONCLUSÃO: Nos pacientes com lesões valvulares, ocorreu redução do sangramento e da necessidade de transfusão de concentrado de hemácias, ambos com diferença estatística. Nos pacientes com doença coronariana obstrutiva, houve apenas tendência à redução do sangramento. O uso do acido tranexâmico não esteve relacionado a maior incidência de complicações tromboembólicas ou com insuficiência renal na casuística avaliada.

ASSUNTO(S)

Ácido tranexâmico procedimentos cirúrgicos cardíacos fibrinogênio

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