Influência de polimorfismos genéticos sobre os níveis circulantes das metaloproteinases de matriz extracelular 2 e 9 durante hemodiálise = : Influence of genetic polymorphisms on the circulating levels of the matrix metalloproteinases 2 and 9 during hemodialysis / Influence of genetic polymorphisms on the circulating levels of the matrix metalloproteinases 2 and 9 during hemodialysis

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

25/07/2012

RESUMO

A insuficiência renal crônica é uma complicação grave de diferentes doenças, como diabetes, hipertensão e glomerulopatias. Quando os rins entram em falência, é preciso substituir a função renal, terapia geralmente feita através de hemodiálise. A população de pacientes dependentes de hemodiálise, cujo número cresce de forma geométrica, está exposta a taxas extremamente elevadas de eventos cardiovasculares fatais e não fatais. Fatores de risco clássicos e específicos da uremia se somam conferindo alterações patológicas severas na parede dos vasos. A própria sessão de hemodiálise ativa a inflamação e induz aterogênese. A degradação da elastina e a apoptose das células musculares lisas evoluem para a mudança do fenótipo da camada média, que se expande reduzindo o lúmem em um processo de acentuada calcificação arterial. Alterações na atividade das metaloproteinases de matriz extracelular (MMPs) 2 e 9 e desequilíbrios com seus inibidores endógenos, os TIMPs, ajudam a compor este cenário ao estimular o remodelamento cardiovascular e reorganizar a matriz extracelular, permitindo a expansão tecidual e o depósito de cálcio. Os níveis circulantes de MMP-2 e -9 estão relacionados com maior severidade de doenças cardiovasculares na hemodiálise. Diversos polimorfismos genéticos foram associados com alterações na concentração e/ou atividade destas enzimas, e é possível que diferenças nas distribuições dos polimorfismos ajudem a discriminar indivíduos expostos a níveis plasmáticos mais elevados de MMP-2 e -9 tanto antes como após a sessão de hemodiálise. Os principais polimorfismos são: um polimorfismo de nucleotídeo único (SNP) (C-1562T) e um microssatélite (-90 CA14-24) na região promotora, e um SNP no exon 6 (A855T, Q279R) da MMP-9, e dois SNPs (C-1306T e C-735T) no promotor da MMP-2. Como estes polimorfismos também foram associados com diversas doenças, o propósito deste estudo foi avaliar se eles influem na concentração plasmática de MMP-2 e MMP-9 em pacientes submetidos à hemodiálise crônica, e se afetam o efeito que a sessão de hemodiálise tem sobre os seus níveis circulantes. Para atingir nosso objetivo, estudamos 98 pacientes com idades entre 18 e 65 anos e submetidos à hemodiálise há mais de 3 meses. Amostras de sangue venoso foram coletadas em dois momentos, antes do início e após o término da sessão de hemodiálise. As concentrações de MMP-2 foram determinadas por zimografia e as de MMP-9, TIMP-1 e TIMP-2 foram analisadas por ELISA. O DNA genômico foi extraído a partir do sangue total e amostras foram então genotipadas para os polimorfismos da MMP-2 e MMP-9. As frequências dos haplótipos da MMP-2 e -9 foram estimadas pelo programa PHASE. Nossos resultados mostraram que a sessão de hemodiálise reduz os níveis circulantes de MMP-2 e não altera o TIMP-2, ao passo que os níveis de MMP-9 e TIMP-1 se encontram aumentados ao final da sessão. Encontramos uma associação entre os genótipos que envolvem o alelo de análise T do polimorfismo C-735T e o haplótipo CT demonstrando níveis pré hemodiálise significativamente aumentados de MMP-2 (P= 0,0077 e P= 0,01, respectivamente), mas não de TIMP-2. Os genótipos da MMP-2 não alteram o efeito da sessão da hemodiálise, que reduziu a MMP-2 e o TIMP-2 independente de marcadores genéticos. Marcadores genéticos da MMP-9 mostraram estar associados a níveis maiores de MMP-9 após a hemodiálise: os genótipos CC e QQ (P= 0,0081 e P= 0,0415, respectivamente) e o haplótipo CLQ (P= 0,0012). As concentrações de TIMP-1 aumentaram significativamente após a hemodiálise nos genótipos HH e QR (P= 0,0375 e P= 0,0113, respectivamente) e no haplótipo CHR (P= 0,0008). Adicionalmente, marcadores genéticos da MMP-9 não alteraram os níveis basais de MMP-9 e TIMP-1. Estes achados sugerem que marcadores genéticos da MMP-2 e -9 interferem nos níveis circulantes destas proteases no contexto da hemodiálise.

ASSUNTO(S)

diálise renal metaloproteinase da matriz polimorfismo (genética) insuficiencia renal cronica nefrologia renal dialysis matrix metalloproteinases polymorphism genetic renal chronic failure nephrology

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