Influência das dimensões celulares sobre a vulnerabilidade de miócitos ventriculares ao efeito letal de campos elétricos de alta intensidade

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Eng. Bioméd.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012-12

RESUMO

Campos elétricos de alta intensidade (HIEF) são aplicados ao miocárdio durante desfibrilação e cardioversão. Embora eficazes na reversão de arritmias potencialmente letais, HIEF podem lesar cardiomiócitos por eletropermeabilização da membrana. Neste estudo, a influência das dimensões celulares sobre o efeito letal de HIEF foi estudada em cardiomiócitos isolados de rato alinhados paralelamente ao campo. A máxima variação do potencial de membrana induzida pelo campo (ΔVmax) foi calculada com o modelo de Klee-Plonsey. As células estudadas foram distribuídas em dois pares de grupos de acordo com seu comprimento e largura. A intensidade limiar do campo não dependeu da largura celular, mas sim do comprimento (menor nas células mais longas, p < 0.001), enquanto ΔVmax no limiar foi comparável entre os grupos. Nas células mais longas, observou-se desvio à esquerda (p < 0.01) da curva que descreve a relação entre probabilidade de letalidade e a intensidade do campo, evidenciando maior sensibilidade à ação deletéria de HIEF. Porém, a curva de letalidade em função de ΔVmax foi semelhante em todos os grupos, o que confirma a predição pelo modelo de Klee-Plonsey. A similaridade de resultados com estimulação limiar e com HIEF indica que: a) o efeito do comprimento celular sobre a sensibilidade ao campo poderia ser atribuído a diferenças no grau de polarização da membrana durante a aplicação do estímulo; b) o modelo de Klee-Plonsey parece ser confiável para a análise da interação espacial da célula com HIEF; c) é possível que o maior comprimento celular em miócitos hipertrofiados os torne mais susceptíveis a lesão durante desfibrilação/cardioversão.

ASSUNTO(S)

campo elétrico miócitos cardíacos lesão celular letal modelamento desfibrilação

Documentos Relacionados