Influência da pinealectomia na epileptogênese em ratas submetidas ao modelo de epilepsia induzido por pilocarpina
AUTOR(ES)
Regiane Messias Rosa
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
25/11/2009
RESUMO
A epilepsia é um distúrbio que afeta o Sistema Nervoso Central (SNC), sendo a Epilepsia do Lobo Temporal (ELT) a forma mais freqüente dentre as epilepsias focais em adultos, representando 40% de todos os casos. Sua incidência é de 1-2% da população mundial, com destaque para o sexo feminino por apresentar certas peculiaridades, como ciclo menstrual e período gestacional. Alterações nos níveis dos hormônios sexuais estrógeno e progesterona podem interferir no curso da epilepsia. A produção e liberação destes hormônios são influenciadas pela melatonina, um hormônio sincronizador do ritmo circadiano, e protetor do SNC. Desta forma, uma alteração nos níveis de melatonina poderia interferir na produção dos hormônios esteróides, e influenciar na excitabilidade do SNC. Objetivo: estudar o efeito da pinealectomia na epileptogênese em ratas Wistar adultas, com ciclo estral regular, submetidas ao modelo experimental da pilocarpina, através de análise comportamental e morfológica. Método: 4 grupos: SAL fêmeas controle (n=5); PNTX+SAL animais pinealectomizados e que receberam solução salina (n=5); PILO animais que receberam pilocarpina (n=46); PNTX+PILO animais pinealectomizados e que receberam pilocarpina (n=47). Os animais do grupo PILO e PNTX+PILO foram vídeo-monitorados por 60 dias após a primeira crise espontânea para estudo dos parâmetros comportamentais e então, perfundidos para técnica de neo-Timm. Resultados: os animais pinealectomizados apresentaram maior freqüência na fase de estro. Os animais PNTX+PILO tiveram diminuição nos períodos de latência para ocorrência da primeira crise após administração de pilocarpina, para ocorrência do SE e ocorrência da primeira crise espontânea, quando comparado com o grupo PILO. A mortalidade durante o SE foi maior no grupo PNTX+PILO, no entanto, a mortalidade por crise tônica foi maior no grupo PILO. Também foi maior no grupo PILO a porcentagem de animais que evoluíram para o SE. Quanto a freqüência de crises e ao grau de brotamento de fribras musgosas, não observamos diferença entre os grupos. Conclusão: A pinealectomia além de promover alterações no ciclo estral da rata, de maneira diferente daquela observada em ratas não pinealectomizadas e submetidas ao modelo da pilocarpina, promove uma epileptogênese menos intensa do que aquela vista em machos pinealectomizados, ou até mesmo em fêmeas intactas ou castradas.
ASSUNTO(S)
epilepsia pilocarpina glândula pineal/cirurgia neurologia
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