Inclusão digital na terceira idade : a virtualidade como objeto e reencantamento da aprendizagem

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A presente pesquisa foi realizada com grupos de Terceira Idade que participaram de cursos de inclusão digital no Santander Cultural, situado no centro de Porto Alegre. A pesquisa traz um breve histórico da sociedade das tecnologias de informação e comunicação; o envelhecimento e a Terceira Idade; e a Terceira Idade e a aprendizagem ao longo da vida. A metodologia empregada foi de caráter qualitativo-quantitativo sendo explicativa e interpretativa com levantamento bibliográfico e pesquisa de campo (através de entrevistas e questionários), que permitiu um maior envolvimento com o objeto de estudo e flexibilidade, entre a teoria e a prática, caracterizou-se como estudo de caso e objetivou a compreensão da inclusão digital em grupos de Terceira Idade; tendo como referência o método descrito por Bardin: Análise de Conteúdo. Foram realizados setenta e sete questionários e seis entrevistas semi-estruturadas com os idosos que participaram dos cursos de inclusão digital. Dos dados coletados, emergiram 3 (três) categorias prévias e 2 (duas) categorias finais, estas categorias são referentes às respostas das entrevistas semi-estruturadas e dos questionários do início e do final do curso; conforme a relevância dada pelos sujeitos da pesquisa, pela pesquisadora e de acordo com o referencial teórico e as questões norteadoras. Podemos perceber que as categorias 1. Aprendizagem, 2. Inclusão, 3. Desafio, 4. Autonomia e 5. Exclusão estão diretamente relacionadas à educação, pois a inclusão, sendo um grande desafio à nossa sociedade, a partir de uma aprendizagem autônoma, gera sujeitos livres de exclusões, sejam elas de origem social, sejam pedagógica. E constatou-se que são várias as motivações na vida dos idosos que procuram cursos para aprenderem informática como: o desejo de aprender mais ou continuar aprendendo para não serem excluídos, tanto da sociedade como do núcleo familiar por não falarem e entenderem a linguagem das tecnologias; superar as dificuldades e dominar o computador, melhorando a relação intergeracional e realizar-se pessoalmente aumentando a auto-estima. Pode-se perceber que a maioria dos idosos possui interesses, necessidades e dificuldades comuns em relação à aprendizagem digital que são: continuar participando da sociedade e romper as muitas barreiras que eles encontram no caminho, sendo o maior desafio continuar gestores e protagonistas de suas vidas, sem precisar de auxílio ou ficar na dependência de terceiros, pois eles não querem se acomodar. Constatou-se que estar incluído digitalmente é muito significativo e é uma necessidade urgente para as pessoas que estão na Terceira Idade, pois eles não querem perder mais tempo: querem entrar no mundo virtual e compreender todas as suas possibilidades. Pretendeu-se com a pesquisa constatar que os idosos, mesmo com tantas perdas: físicas, emocionais, sociais e preconceitos, possuem potencialidades para continuar aprendendo e, desta forma, serem incluídos digitalmente.

ASSUNTO(S)

tecnologia da informaÇÃo idosos - educaÇÃo informÁtica - ensino aprendizagem inclusÃo digital educacao

Documentos Relacionados