Incêndios rasteiros em florestas sazonalmente alagáveis por água preta na Amazônia: carga de combustível e recuperação lenta / Fire in amazonian seasonally waterlogged blackwater forests: fuel loads and slow post-fire recovery

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

21/01/2011

RESUMO

O fogo é um dos principais instrumentos de desmatamento na Amazônia. No entanto, apesar de sofrerem pouca pressão antrópica, as florestas de igapó e campinarana, ambas sazonalmente alagáveis pelas águas pretas e ácidas do Rio Negro e tributários, são altamente inflamáveis na estação seca. Em de imagens de satélite e observações em campo, essas florestas apresentam uma maior suscetibilidade à propagação do fogo e mortalidade de árvores do que florestas de terra firme adjacentes. Medimos as diferenças na quantidade de combustível entre os três tipos florestais para comparar a suscetibilidade ao fogo. Avaliamos também a influencia da porcentagem de areia no solo e do tempo de inundação no acumulo de combustível no igapó. A regeneração da estrutura florestal em igapós queimados foi inferida a partir do índice de vegetação Enhanced Vegetation Index (EVI) e inventários de campo. O EVI de uma queimada de 2.6 Kha foi acompanhado por 10 anos e foi medida a área basal em duas cicatrizes de igapós queimados à 11 e 15 anos. Nossos resultados confirmam que as florestas de campinarana e igapó são mais inflamáveis por possuírem maiores quantidades de combustível, principalmente húmus, liteira fina e raízes finas. Somente no igapó, combustíveis finos (<8cm) foram observados em grandes quantidades. Essas florestas passam quase a metade do ano alagadas e sob alta precipitação, o que justifica a importância desses combustíveis finos na suscetibilidade ao fogo. Além disso, o EVI mostrou ser uma ferramenta adequada para avaliar a regeneração de florestas alagáveis. Os igapós queimados utilizados nesse estudo mostraram uma resiliência extremamente baixa, com muito pouca regeneração mais de dez anos após uma única passagem do fogo.

ASSUNTO(S)

incêndios florestais amazônia fogo e ecologia igapó campinarana Índice de vegetação sensoriamento remoto regeneração natural ecologia

Documentos Relacionados