Importância da invasão neural e linfática no prognóstico do adenocarcinoma colorretal

AUTOR(ES)
FONTE

Revista da Associação Médica Brasileira

DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

OBJETIVOS: A evolução paradoxal de um terço dos doentes com neoplasias colorretais catalogadas no estádio B e C de Dukes mostra ser desejável a adição de outras variáveis prognósticas. O principal objetivo deste trabalho foi o de estudar o papel prognóstico da invasão linfática e neural em uma série de doentes submetidos à cirurgia curativa e acompanhados por longo período. MÉTODOS: Foram estudados 320 doentes com câncer colorretal submetidos à extirpação curativa, com idade mediana de 58 anos, sendo 199 (62,8%) do sexo feminino. A invasão neural foi caracterizada pela presença de células cancerosas, infiltrando o perineuro e/ou o fascículo neural. A linfática, pela presença de células neoplásicas no interior de espaço limitado por endotélio, desprovido de fibras musculares e elásticas. Essas variáveis foram associadas à classificação original de Dukes. RESULTADOS: A invasão neural foi observada em 15% das peças extirpadas e a linfática em 14,1%. Os índices de invasão cresceram do ceco ao reto, local preferencial das mesmas. A sobrevida de cinco anos dos portadores de neoplasias com invasão neural foi de 25% em oposição a 64% daqueles sem invasão (p<0,01). Para os com invasão linfática, a sobrevida foi de 26,7% e 63,3%, respectivamente (p<0,01). Independentemente do comprometimento ou não dos linfonodos, a sobrevida foi sempre pior na presença da invasão neural. Em portadores de linfonodos livres, a invasão linfática identificou subgrupo de doentes com pior prognóstico. A presença destas variáveis identificou nos portadores de tumores Dukes B, subgrupo de pior prognóstico. CONCLUSÃO: A presença de invasão neural e linfática no adenocarcinoma colorretal está associada a prognóstico desfavorável de seus portadores.

ASSUNTO(S)

neoplasias colorretais metástase linfática invasão neural prognóstico

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