Impactos da pré-eclâmpsia no cérebro de nascituros

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Ginecol. Obstet.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2016-08

RESUMO

Resumo A pré-eclampsia (PE) é importante doença gravídica complicando 3-5% de todas as gestações humanas. Além dos riscos imediatos e complicações para a mãe e o feto, a PE associa-se a outros riscos materno-fetais elevados em longo prazo. Nascituros de gestações complicadas por PE (PE-F1) apresentam maiores riscos de desenvolver hipertensão, acidente vascular cerebral e disfunção cognitiva em comparação com prole (F1) de gestações sem complicações. Antes do aparecimento clínico da PE, angiocitocinas placentárias secretadas no plasma materno apresentam-se alteradas. Em muitos pacientes com PE, isso inclui valores plasmáticos reduzidos de Fator de Crescimento Placentário (PGF). Nosso laboratório identificou que camundongos geneticamente não produtores de PGF (PGF- / - ) apresentam alterações vasculares e de desenvolvimento cerebral detectáveis do período gestacional à idade adulta. Nossa hipótese é que os déficits de PGF identificados em mulheres que desenvolveram PE podem desviar o desenvolvimento neurológico e vascular cerebral fetal, de maneira a prejudicar funções cognitivas, elevando o risco de AVC. Aqui resumimos os resultados analíticos iniciais de um estudo piloto comcrianças do sexomasculino e feminino de 8- 10 anos de idade nascidas de mães que tiveram PE (PE-F1s) comparadas com crianças controle pareadas por idade e sexo. Nossos estudos são os primeiros a relatar a ressonância magnética (RNM), a angiorressonância e a avaliação funcional do cérebro pelo controle de movimento dos olhos e pelo teste clínico psicotécnico em PE-F1s. Estudos adicionais em coortes maiores são essenciais para definir se há biomarcadores com base em imagens que possam descrever características anatômicas únicas em cérebros de crianças PE-F1.

ASSUNTO(S)

pré-eclâmpsia pgf cérebro fetal rnm desenvolvimento cognitivo

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