Impacto do uso de análogos de GnRH sobre o tecido e metabolismo ósseo de pacientes endometríoticas / Analogous impact of the use of de gnrh on the fabric and metabolism ósseos of patients endometrióticas

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo avaliar mulheres portadoras de endometriose em uso de análogos de GnRH investigando o metabolismo ósseo e massa óssea através da dosagem de marcadores séricos e realização de ultra-sonometria do calcâneo, respectivamente. Trata-se de estudo observacional transversal tipo caso controle prospectivo. Foi desenvolvido na Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (MEAC) UFC. Foram avaliadas 99 mulheres, divididas em 3 grupos, sendo 32 portadoras de endometriose diagnosticada cirurgicamente e tratadas com goserelina 3,6mg SC a cada 28 dias (4 doses) grupo endometriótico. O segundo grupo foi composto de 25 mulheres não endometrióticas e no menacme (controle negativo). O terceiro grupo foi composto de 42 mulheres não endometrióticas e menopausadas por no mínimo dois anos, os dois últimos grupos sem uso de medicações. Foi realizada avaliação óssea através da ultra-sonometria do calcâneo com o aparelho Achilles, da Lunar, sendo determinado o stiffness de cada grupo (uma combinação de velocidade do som e grau de atenuação ultra-sonográfica), juntamente com as dosagens séricas de magnésio, fosfato, uréia, creatinina, cálcio, fosfatase alcalina (FA), PTH, cortisol e hidroxiprolina, além das dosagens de cálcio urinário, cálcio urinário/creatinina, e hidroxiprolina/creatinina. O grupo endometriótico somente foi submetido a esta avaliação após o uso da medicação. A análise estatística foi realizada pelo programa SPSS for Windows 11.0.0. As dosagens de FA, cálcio urinário e cálcio urinário/creatinina foram semelhantes no grupo endometriótico (40,87,7U/mL; 47,1510,8mmol/L; e 78,7623,0, respectivamente) e no grupo menopausado (38,655,1U/mL; 36,84,3mmol/L; e 55,218,21, respectivamente) além de significativamente superiores aos do grupo no menacme (28,52,54U/mL; 26,43,4mmol/L; e 39,527,7, respectivamente). As dosagens de PTH do grupo endometriótico (23,993,35nmol/L) foram semelhantes as das mulheres no menacme (29,154,09nmol/L), ambas sendo significativamente menores que as mulheres menopausadas (41,143,7nmol/L). As demais análises foram semelhantes entre os grupos. Na avaliação óssea o stiffness foi similar entre o grupo endometriótico (88,162,86) e as mulheres menopausadas (83,701,8), sendo ambos significativamente inferiores às mulheres no menacme (97,021,46). Conclui-se que as portadoras de endometriose após tratamento com goserelina apresentaram intenso metabolismo ósseo e piora no padrão do tecido ósseo avaliada pela ultra-sonometria do calcâneo aproximando-se do quadro encontrado em mulheres menopausadas há pelo menos dois anos. Não se pode afirmar, no entanto, se tais alterações são devidas exclusivamente ao uso do análogo do GnRH ou somam-se à própria manifestação da endometriose. Sugere-se que a endometriose e o uso de análogos do GnRH sejam considerados como fatores de risco para o desenvolvimento de osteoporose, principalmente se associados a uma história de uso crônico de corticóides a qualquer época da vida.

ASSUNTO(S)

saude materno-infantil androgênios dispareunia osso e ossos - metabolismo endometriose gonadorrelina endometriosis antiinflamatórios não esteróides anticoncepcionais orais estradiol densidade óssea gonadorrelina - análogos e derivados bone and bones - metabolism infertilidade dor pélvica bone density gonadorelin - analogs &derivatives

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