Impacto do sexo feminino nos resultados da intervenção coronária percutânea contemporânea
AUTOR(ES)
Gasperi, Ricardo de, Cantarelli, Marcelo José de Carvalho, Castello Jr., Hélio José, Gonçalves, Rosaly, Gioppato, Silvio, Guimarães, João Batista de Freitas, Ribeiro, Evandro Karlo Pracchia, Vardi, Júlio César Francisco, Silva, Patrícia Teixeira da, Barreto, Rodrigo, Almeida, Leonardo Cao Cambra de
FONTE
Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva
DATA DE PUBLICAÇÃO
2011-06
RESUMO
INTRODUÇÃO: Estudos prévios demonstram que há diferenças entre homens e mulheres em relação aos resultados clínicos pós-intervenção coronária percutânea (ICP). Buscamos avaliar as diferenças entre os gêneros na apresentação tanto clínica como angiográfica e nos resultados hospitalares de pacientes submetidos a ICP contemporânea. MÉTODOS: No período de 2002 a 2009, 6.067 pacientes consecutivos foram submetidos a ICP, dos quais 2.021 (33,3%) eram do sexo feminino. A técnica e a escolha do material durante o procedimento ficaram a cargo dos operadores. RESULTADOS: O sexo feminino mostrou ser mais idoso e com maior ocorrência de fatores de risco para aterosclerose, à exceção do tabagismo. Prevaleceu nas mulheres o quadro clínico de síndrome coronária aguda sem supradesnivelamento do segmento ST. As mulheres apresentaram maior prevalência de doença uniarterial e menor prevalência de lesões B2/C, trombos, lesões em bifurcações, e disfunção ventricular moderada a grave. Os pacientes foram tratados predominantemente com stents não-farmacológicos e não foram observadas diferenças quanto ao diâmetro e à extensão dos stents. Não foram observadas diferenças na incidência hospitalar de eventos cardíacos e cerebrovasculares adversos maiores (1,5% vs. 1,4%; P = 0,76), óbito (0,9% vs. 0,6%; P = 0,15), acidente vascular cerebral (0,05% vs. 0,05%; P > 0,99), infarto agudo do miocárdio (0,7% vs. 1,1%; P = 0,16) e cirurgia de revascularização miocárdica de emergência (0,1% vs. 0; P = 0,62). Diabetes, coronariopatia multiarterial, lesões tipo B2/C e oclusões totais foram as variáveis que melhor explicaram a ocorrência de eventos hospitalares. CONCLUSÕES: As mulheres, que representam um terço dos pacientes submetidos a ICP em nosso serviço, têm perfil clínico mais grave, mas menor complexidade anatômica que os homens. Neste estudo, o sexo feminino não foi preditor de eventos clínicos adversos hospitalares.
ASSUNTO(S)
angioplastia stents mulheres doença das coronárias
Documentos Relacionados
- Impacto do tabagismo nos resultados da intervenção coronária percutânea
- Impacto da obesidade nos resultados hospitalares da intervenção coronária percutânea: resultados do registro do hospital Bandeirantes
- Impacto da transferência inter-hospitalar nos resultados da intervenção coronária percutânea primária
- Resultados hospitalares da intervenção coronária percutânea em diabéticos
- Resultados hospitalares da intervenção coronária percutânea primária em mulheres