Impacto do sexo feminino nos resultados da intervenção coronária percutânea contemporânea

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011-06

RESUMO

INTRODUÇÃO: Estudos prévios demonstram que há diferenças entre homens e mulheres em relação aos resultados clínicos pós-intervenção coronária percutânea (ICP). Buscamos avaliar as diferenças entre os gêneros na apresentação tanto clínica como angiográfica e nos resultados hospitalares de pacientes submetidos a ICP contemporânea. MÉTODOS: No período de 2002 a 2009, 6.067 pacientes consecutivos foram submetidos a ICP, dos quais 2.021 (33,3%) eram do sexo feminino. A técnica e a escolha do material durante o procedimento ficaram a cargo dos operadores. RESULTADOS: O sexo feminino mostrou ser mais idoso e com maior ocorrência de fatores de risco para aterosclerose, à exceção do tabagismo. Prevaleceu nas mulheres o quadro clínico de síndrome coronária aguda sem supradesnivelamento do segmento ST. As mulheres apresentaram maior prevalência de doença uniarterial e menor prevalência de lesões B2/C, trombos, lesões em bifurcações, e disfunção ventricular moderada a grave. Os pacientes foram tratados predominantemente com stents não-farmacológicos e não foram observadas diferenças quanto ao diâmetro e à extensão dos stents. Não foram observadas diferenças na incidência hospitalar de eventos cardíacos e cerebrovasculares adversos maiores (1,5% vs. 1,4%; P = 0,76), óbito (0,9% vs. 0,6%; P = 0,15), acidente vascular cerebral (0,05% vs. 0,05%; P > 0,99), infarto agudo do miocárdio (0,7% vs. 1,1%; P = 0,16) e cirurgia de revascularização miocárdica de emergência (0,1% vs. 0; P = 0,62). Diabetes, coronariopatia multiarterial, lesões tipo B2/C e oclusões totais foram as variáveis que melhor explicaram a ocorrência de eventos hospitalares. CONCLUSÕES: As mulheres, que representam um terço dos pacientes submetidos a ICP em nosso serviço, têm perfil clínico mais grave, mas menor complexidade anatômica que os homens. Neste estudo, o sexo feminino não foi preditor de eventos clínicos adversos hospitalares.

ASSUNTO(S)

angioplastia stents mulheres doença das coronárias

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