Impacto de um protocolo de desmame de ventilação mecânica na taxa de falha de extubação em pacientes de difícil desmame

AUTOR(ES)
FONTE

Jornal Brasileiro de Pneumologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012-06

RESUMO

OBJETIVO: Determinar se a acurácia preditiva do julgamento clínico isolado pode ser melhorada com o uso suplementar de um protocolo de desmame objetivo como ferramenta de suporte para a tomada de decisão. MÉTODOS: Estudo prospectivo multicêntrico de coorte realizado em três UTIs clínicas/cirúrgicas. Foram incluídos no estudo todos os pacientes de difícil desmame (falha no primeiro teste de ventilação espontânea [TVE]), sob ventilação mecânica (VM) por mais de 48 h, admitidos em uma das UTIs entre janeiro de 2002 e dezembro de 2005. Os pacientes do grupo protocolo (GP) foram extubados após teste de tubo T de acordo com um protocolo de desmame e comparados com o grupo de pacientes extubados sem o uso do protocolo (GNP). O desfecho primário foi a taxa de reintubação em até 48 h após a extubação. RESULTADOS: Foram incluídos 731 pacientes - 533 (72,9%) no GP e 198 (27,1%) no GNP. A taxa global de reintubação foi de 17,9%. As taxas de sucesso da extubação no GP e no GNP foram 86,7% e 69,6%, respectivamente (p < 0,001). Não houve diferenças significativas entre os grupos quanto a idade, gênero, escore de gravidade e tempo de VM antes da inclusão. Entretanto, DPOC foi mais frequente no GNP que no GP (44,4% vs. 17,6%; p < 0,001), ao passo que pacientes sépticos e em pós-operatório foram mais comuns no GP (23,8% vs. 11,6% e 42,4% vs. 26,4%, respectivamente; p < 0,001 para ambos). O tempo de VM após a falha no primeiro TVE foi maior no GP que no GNP (9 ± 5 dias vs. 7 ± 2 dias; p < 0,001). CONCLUSÕES: Nesta amostra de pacientes de difícil desmame, o uso de um protocolo de desmame melhorou o processo decisório, reduzindo a possibilidade de falha na extubação.

ASSUNTO(S)

desmame do respirador ventilação ventiladores mecânicos

Documentos Relacionados