Histórico demográfico e filogeografia em populações brasileiras de Ardea alba egretta

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Foram estudadas populações de Ardea alba egretta (garça-branca-grande) da família Ardeidae (Aves), amostradas em quatro regiões brasileiras, com latitudes diferentes (Rio Grande do Sul, Pantanal, São Paulo e Amapá). Oligonucleotídeos espécie-específicos desenvolvidos nesse estudo possibilitaram o seqüenciamento de um fragmento de 586 pb do Domínio I da região controladora do DNA mitocondrial em 194 individuos. Cinqüenta e oito sítios polimórficos foram encontrados, definindo 74 haplótipos. O haplótipo de maior freqüência foi o Hap9 e a maioria dos demais haplótipos apresentaram freqüências baixas. A diversidade nucleotídica média foi de 0,006 e a diversidade haplotípica média 0,908. A distribuição da diversidade nucleotídica seguiu ordem decrescente do Amapá >Pantanal >São Paulo >Rio Grande do Sul e as diferenças entre Amapá e as demais populações foram estatisticamente significativas. Os resultados da análise AMOVA indicaram que há diferenciação genética entre as populações das quatro regiões (Fct = 0,02145; p = 0,03324). Valores de Fst par-a-par revelaram baixa estruturação entre as colônias dentro de cada região, mas estruturação entre as quatro regiões foi detectada. Ficou evidente pelas análises de estruturação que a composição genética do Amapá difere das demais regiões estudadas. Significantes desvios nos testes de Fs de Fu, D de Tajima, R2 e as análises da distribuição das diferenças par-a-par (mismatch distribution) e redes haplotípicas em formato de estrela apontam para sinais de expansão demográfica nas populações do Rio Grande do Sul e do Pantanal. Para o Amapá apenas os desvios de Fs de Fu foram significativos e as curvas de mismatch distribution podem ser explicadas pelo padrão unimodal. A estimativa do tempo de expansão (τ) para o Rio Grande do Sul foi de 7.195 anos antes do presente, para o Pantanal foi de 32.009 e para o Amapá foi de 68.674, anos antes do presente. Os resultados obtidos foram concordantes com a hipótese de que a região equatorial possivelmente foi o refúgio para as populações dessa espécie durante glaciações ocorridas no Pleistoceno.

ASSUNTO(S)

estruturação genética pleistocene dna mitocondrial mitochondrial dna genetica garça-branca-grande structuring genética de populações great egret expansão demográfica population expansion

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