Hipotermia corpórea neuroprotetora em recém-nascidos com encefalopatia hipóxico-isquêmica: três anos de experiência em hospital universitário terciário. Um estudo observacional retrospectivo
AUTOR(ES)
Magalhães, Mauricio, Rodrigues, Francisco Paulo Martins, Chopard, Maria Renata Tollio, Melo, Victoria Catarina de Albuquerque, Melhado, Amanda, Oliveira, Inez, Gallacci, Clery Bernardi, Pachi, Paulo Roberto, Lima Neto, Tabajara Barbosa
FONTE
Sao Paulo Med. J.
DATA DE PUBLICAÇÃO
28/10/2014
RESUMO
CONTEXTO E OBJETIVO:A encefalopatia hipóxico-isquêmica neonatal apresenta alta morbi-mortalidade. Estudos com hipotermia comprovam diminuição de sequelas neurológicas e morte. Nosso objetivo foi então relatar experiência de três anos da hipotermia terapêutica em recém-nascidos (RN) asfixiados.TIPO DE ESTUDO E LOCAL:Estudo restrospectivo, conduzido em hospital universitário.MÉTODOS:Trinta e cinco pacientes com asfixia perinatal submetidos a resfriamento corporal entre maio de 2009 e novembro de 2012 foram avaliados.RESULTADOS:Trinta e nove RN preencheram os critérios do protocolo de hipotermia. Quatro RN foram excluídos devido a choque séptico refratário, não manutenção da temperatura e coagulopatia grave. A mediana do Apgar de 1 e 5 minutos foi de 2 e 5. A maior complicação foi infecção, diagnosticada em sete mães (20%) e 14 RN (40%). Convulsão ocorreu em 15 RN (43%). 31 pacientes (88,6%) necessitaram da ventilação mecânica e 14 (45%) foram extubados em 24 horas. O tempo de ventilação mecânica dos demais foi de 7,7 dias. O início do resfriamento ocorreu com 1,8 horas de vida. Todos os pacientes apresentaram níveis elevados de creatinofosfoquinase, creatinofosfoquinase-MB e desidrogenase lática. Não se observou arritmia grave; um RN (2,9%) apresentou coagulopatia controlada. Quatro pacientes (11,4%) tiveram hipotensão controlada. Realizou-se ultrassonografia cerebral em 29 pacientes (82,9%), 10 (34,5%) com hiperecogenicidade da substância branca. 33 RN (94,3%) fizeram ressonância magnética cerebral, 11 (33,3%) com alterações hipóxico-isquêmicas. O tempo de internação foi de 23 dias e todos receberam alta. Dois pacientes (5,8%) necessitaram de gastrostomia.CONCLUSÃO:A hipotermia como terapêutica para RN asfixiados demonstrou ser segura.
ASSUNTO(S)
recém-nascido hipóxia encefálica hipotermia asfixia neonatal imagem por ressonância magnética
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