Hipertensão em mulheres presas no Brasil: muito além do biológico

AUTOR(ES)
FONTE

Ciência & Saúde Coletiva

DATA DE PUBLICAÇÃO

2023

RESUMO

Resumo Objetivou-se estimar a prevalência de hipertensão arterial (HA) e os fatores de risco associados em mulheres presas. Utilizou-se dados do Inquérito Nacional de Saúde na População Penitenciária Feminina e em Servidoras Prisionais, investigando-se características sociodemográficas, fatores das prisões, comportamentos e condições de saúde. As informações foram coletadas por meio de questionário autoaplicado, sendo a magnitude da associação estimada por odds ratio e intervalo de confiança de 95%. Das 1.327 participantes, 24,4% eram hipertensas, a maioria tinha 31 anos ou mais (54,6%), 51,5% autorreferiram etnia/cor parda. Após mutual ajustamento pelos fatores de risco associados na análise bivariada, observou-se relação direta e com gradiente entre idade e HA, em que idade igual/maior a 41 anos foi associada independentemente com uma chance sete vezes maior de ter HA, se comparado a quem tem menos de 25 anos. Aquelas que autorreferiram etnia/cor negra apresentaram colesterol alto e estavam obesas, também foram associadas de forma independente com maior prevalência de HA. O maior número de pessoas com que a presa divide cela esteve associado à maior prevalência de há, sem uma relação dose-resposta. Conclui-se que idade, etnia/cor, obesidade, inatividade física e estresse são fatores de risco para HA em mulheres presas.

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