Hipertensão arterial sistêmica e cognição em adultos: efeitos no funcionamento executivo

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Neuro-Psiquiatr.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-07

RESUMO

RESUMO Introdução: As alterações do sistema nervoso central associadas à hipertensão arterial sistêmica (HAS) são progressivas e podem ocasionar efeitos negativos no desempenho cognitivo. O objetivo deste estudo foi investigar a relação entre a HAS e os componentes das funções executivas (FE), controle inibitório (CI), atualização e alternância, comparando um grupo controle (sem HAS) a pacientes com HAS, em dois níveis de gravidade. Métodos: O protocolo incluiu os seguintes testes para avaliar os componentes das FE: T.O.V.A. Test (CI), Dígitos Ordem Indireta da Escala de Inteligência Wechsler para Adultos (Wechsler Adults Intelligence Scale - WAIS-III), Fluência Verbal fonêmica e semântica (atualização) e Teste de Trilhas parte B (alternância). Resultados: Foram incluídos 204 participantes, sendo 56 do Grupo Controle (GC), 87 HAS estágio 1 (HAS 1) e 61 de HAS estágio 2 (HAS 2). Os grupos não foram diferentes em relação à idade (52,37±12,29) e escolaridade (10,98±4,06). Em relação à pressão arterial (PA) controlada, tempo de tratamento da HAS e número de medicações, o grupo HAS 2 apresentou pior controle de PA, mais tempo de tratamento da HAS e uso de maior número de medicações quando comparado ao grupo HAS 1. Os achados revelaram que os pacientes com HAS em estágio mais grave apresentaram pior desempenho nos testes de alternância (Teste de Trilhas parte B) e atualização (Dígitos Ordem Indireta, FV fonêmica e semântica). Conclusão: Esses resultados sugerem que pacientes com a HAS possuem prejuízo significativo em FE, especificamente em alternância e atualização, e que esse prejuízo pode ser diretamente proporcional à gravidade da HAS. Sugere-se que, em estudos futuros, incluam-se exames de neuroimagem com o objetivo de excluir possíveis doenças cerebrovasculares.

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