Hiperglicemia incidental em crianças: duas famílias com MODY 2 identificadas em brasileiros
AUTOR(ES)
Caetano, Lílian A., Jorge, Alexander A. L., Malaquias, Alexsandra C., Trarbach, Ericka B., Queiroz, Márcia S., Nery, Márcia, Teles, Milena G.
FONTE
Arq Bras Endocrinol Metab
DATA DE PUBLICAÇÃO
2012-11
RESUMO
O diabetes do tipo MODY (maturity-onset diabetes of the young) caracteriza-se por herança autossômica dominante, início precoce da hiperglicemia e defeitos na secreção de insulina. Os subtipos de MODY apresentam diferenças genéticas, metabólicas e clínicas. O MODY 2 é caracterizado por hiperglicemia leve assintomática e raramente requer tratamento farmacológico. O diagnóstico preciso de MODY é importante para se determinar o tratamento e o prognóstico. Relatamos duas mutações no gene GCK em heterozigose identificadas durante investigação de baixa estatura. Caso 1: paciente do sexo masculino, com 14 anos, pré-púbere, avaliado por atraso constitucional do crescimento e da puberdade. Durante o acompanhamento, apresentou glicemia de jejum alterada (113 mg/dL), aumento de HbA1c (6,6%) e anticorpos anticélulas β negativos. Seu pai e dois irmãos também apresentavam glicemia levemente elevada. A mãe tinha glicemia normal. Foi identificada no gene GCK uma mutação missense em heterozigose, p.Arg191Trp. Dezoito membros da família foram rastreados e 11 apresentavam essa mutação. Caso 2: paciente do sexo masculino, com 4 anos, em avaliação por baixa estatura. Não apresentou alterações laboratoriais, exceto por glicemia elevada (118 mg/dL). Anticorpos anticélulas β foram negativos. Seu pai, uma tia paterna e a avó paterna também apresentavam glicemia discretamente elevada, e a mãe, glicemia normal. A mutação missense em heterozigose, p.Glu221Lys, foi identificada no paciente-índice e em 4 membros da família. Todos os pacientes afetados apresentavam hiperglicemia leve. Essas mutações não foram identificadas nos indivíduos com glicemia normal. O rastreamento de mutações no gene GCK deve ser considerado em pacientes com hiperglicemia crônica leve e de início precoce, história familiar de glicemia elevada e anticorpos anticélulas β negativos. Arq Bras Endocrinol Metab. 2012;56(8):519-24
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