Hidrogeis de IPNs baseadas em gelatinae poli (vinilpirrolidona) : estudo da miscibilidade e avaliação da potencialidade como biomaterial
AUTOR(ES)
Cristina Moniz Araujo Lopes
DATA DE PUBLICAÇÃO
1997
RESUMO
Polímeros para aplicações biomédicas devem possuir boas propriedades físico-químicas e mecânicas assim como biocompatibilidade adequada. Alguns polímeros sintéticos possuem as propriedades físicas requeridas mas não são suficientemente biocompatíveis. Por outro lado, polímeros naturais são biocompatíveis mas suas propriedades mecânicas são inadequadas. A mistura de polímeros sintético e natural na forma de blendas e IPNs reúne as propriedades de ambos num único material. Hidrogéis de IPNs de poli(vinilpirrolidona) (PVP) e gelatina nas composições 30/70, 50/50 e 70/30 em porcentagem de massa foram obtidos a partir de solução aquosa usando-se como agentes reticulantes glutaraldeído (3%) para a gelatina e persulfato de potássio (100%) para o PVP. A caracterização do material no estado desidratado foi feita para avaliar a estabilidade térmica e a miscibilidade das misturas. Através da técnica de Análise Térmica (TGA) constatou-se que as IPNs são termicamente estáveis até a temperatura de 250°C. O estudo da miscibilidade por Calorimetria Diferencial de Varredura na versão modulada (MDSC) indicou miscibilidade em toda a faixa de composição estudada, enquanto que por Análise Dinâmico Mecânica (DMA) observou-se a existência de separação de fases na amostra contendo 70 % de gelatina, resultado atribuído a grande diferença de densidade de reticulação para o sistema nessa composição. Ensaios de intumescimento mostraram que todas as IPNs são capazes de reter grandes quantidades de água, e que embora o PVP apresente grau de intumescimento muito maior que a gelatina, esse comportamento não se refletiu nas misturas, ou seja, a quantidade de água incorporada nas IPNs não é diretamente proporcional à quantidade de PVP na mistura. A superfície do material no estado intumescido foi analisada por microscopia ótica com acessório de contraste de fase: a topografia é diferente para cada amostra embora todas apresentassem superfície irregular. Com o ensaio mecânico de compressão pode-se estudar o comportamento elástico dos hidrogéis diante da aplicação e retirada de uma força: a IPN 50/50 apresentou desempenho superior ao dos polímeros puros, enquanto que as IPNs nas outras composições deformaram mais que a gelatina, o componente mais frágil. Pode-se verificar através de testes preliminares de citotoxicidade e adesão de plaquetas que o material pode ser biocompatível e hemocompatível. De uma maneira geral, pode-se concluir que o material em questão tem propriedades interessantes para ser aplicado como biomaterial. A gelatina melhorou a compatibilidade com o sangue e adesão celular, enquanto que o PVP melhorou as propriedades mecânicas das IPNs.
ASSUNTO(S)
biocompatibilidade materiais biomedicos mistura (quimica) geis
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000123539Documentos Relacionados
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