Habermas e Foucault: entre o universal e o particular: um debate Ãtico filosÃfico da contemporaneidade / Habermas and Foucault: between universal and particular: an debate ethical philosophical contemporary

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Este trabalho teve por objetivo analisar nas obras de Michel Foucault e JÃrgen Habermas, os pontos de vista que cada autor tem, sobre a Ãtica contemporÃnea. Os dois pensadores possuem pontos de referÃncia e de pensamento bastante divergentes. Foucault aborda atravÃs da HistÃria da Sexualidade como que os sujeitos podem se constituir como pensadores e protagonistas de uma Ãtica voltada para a subjetividade, direcionada para um cuidado pessoal de si. Seus textos nos remetem à vida grega e à possibilidade de uma vida pautada em uma estÃtica da existÃncia, onde preceitos universais nÃo tÃm vez. Habermas, em contrapartida, parte de um paradigma diverso e praticamente antagÃnico. Ele acredita que o mundo vivido foi colonizado e instrumentalizado por um mundo sistÃmico, onde o dinheiro e o Estado sÃo seus baluartes mais expressivos. A saÃda que Habermas encontra para esta colonizaÃÃo à o agir comunicativo, onde por meio da linguagem, os sujeitos interagem e buscam atravÃs do uso da racionalidade argumentativa, o consenso. Este exercÃcio racional Ã, segundo Habermas, a possibilidade mais adequada para o equilÃbrio entre a subjetividade e a objetividade dos sujeitos que vivem no mundo. No fundo, a comunicaÃÃo à uma aÃÃo intersubjetiva, que leva em conta, a inclusÃo do outro, a aceitaÃÃo dos argumentos alheios e a intencionalidade da busca de harmonizaÃÃo entre a esfera privada e a esfera pÃblica. O problema de Habermas reside em sua pretensÃo de tornar a aÃÃo comunicativa uma aÃÃo universal, vÃlida para todos. Habermas, para isso, desenvolve uma teoria Ãtica que considera que todo ato de fala possui uma pretensÃo de validade. O ato de dizer possui uma intenÃÃo, uma finalidade. Se esse ato de fala serà vÃlido ou nÃo, dependerà da anÃlise da comunidade na qual o sujeito se pÃe a discutir, dependerà da forÃa argumentativa e da aquiescÃncia ao melhor argumento. Esse ato de pÃr em discussÃo à que validarà ou nÃo o argumento. Segundo Habermas, o que importa tambÃm à que esta discussÃo deve ser isenta de coaÃÃo ou dominaÃÃo. Algo que Foucault compreende como impossÃvel, pois todo discurso possui em si poder. NÃo à algo que pode ser descartado ou esquecido. Ou seja, segundo Foucault, o prÃprio discurso à poder, independentemente de quem discursa. Com isso, podemos ver que Habermas e Foucault possuem pontos de vista bastante diversos sobre o que significa ser Ãtico. Este trabalho, ao final, apresenta que Foucault tenta demonstrar que o cuidado de si à uma possibilidade livre de ser Ãtico, onde atravÃs de tÃcnicas pessoais, o sujeito busca encontrar-se e descobrir-se, tendo seu corpo e sua sexualidade como foco deste processo.

ASSUNTO(S)

foucault, michel, 1926-1984 - crÃtica e interpretaÃÃo corpo power aÃÃo comunicativa of themselves subjetividade etica Ãtica e estÃtica. filosofia francesa body ethics and aesthetics filosofia contemporÃnea communicative action poder filosofia alemà instrumental action habermas, jÃrgen, 1929- - crÃtica e interpretaÃÃo cuidado de si aÃÃo instrumental

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