Gradiente e diversidade numa floresta Atlântica primária do sul da Bahia / Gradient and diversity in a primary Atlantic forest of southern Bahia

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

23/02/2012

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo estudar os efeitos dos gradientes de solo e de luz sobre a diversidade, estrutura e distribuição de abundância das espécies dos componentes arbóreo e arbustivo. A hipótese inicial é de que o gradiente de solo e de luz expliquem parte das diferenças na diversidade, estrutura e distribuição de abundância das espécies nas parcelas das diferentes unidades topográficas, em um hectare de Floresta de Tabuleiro no sul da Bahia. Os componentes arbóreo e arbustivo foram amostrados pelo método de parcelas ao longo do gradiente de inclinação do terreno, sendo alocadas 20 parcelas de 10 m x 10 m em cada unidade topográfica (Baixio, Terço inferior, Terço médio, Terço superior e Topo). Em cada parcela, foram registrados todos os indivíduos com CAP ≥ 10 cm. Para a caracterização edáfica foram coletadas amostras de solo por parcela. A caracterização de luz foi realizada por meio de fotografias hemisféricas. Foram encontradas 292 espécies. No Baixio foram identificadas 169 espécies, no Terço inferior 165, no Terço médio 158, no Terço superior 171 e no Topo 150. Ao todo foram reconhecidas 58 famílias botânicas, sendo às de maior riqueza específica Myrtaceae, Fabaceae, Lauraceae e Sapotaceae. Os gêneros mais ricos em espécies foram Eugenia, Ocotea, Miconia, Pouteria. e Licania. As variáveis edáficas apresentaram variação entre parcelas de cada unidade topográfica, porém as médias entre as unidades pouco diferiram. A diversidade de Shannon (H) para um hectare foi de 4,83. Entre as cinco diferentes unidades topográficas a diversidade foi maior no Terço superior 4,61, seguida do Baixio (4,55), Topo (4,52), Terço médio (4,51) e de 4,48 no Terço inferior. A equabilidade (J) total foi de 0,85. A J apresentou o maior valor no Terço superior e Topo (0,90), seguidas do Baixio e Terço médio (0,89), sendo observado o menor valor para o Terço inferior (0,88). A composição forística apresentou menor similaridade entre os extremos do gradiente. O gradiente edáfico encontrado foi fraco e pouco influenciou na distribuição de abundância das espécies, diversidade e estrutura. Os resultados encontrados reforçam a idéia de que padrões estocásticos podem estar preponderando sobre os ambientais na organização da comunidade estudada.

ASSUNTO(S)

botanica gradiente edáfico diversidade floresta de tabuleiro soil gradient diversity forest of tabuleiro

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