Governança corporativa: estudo de médias de retorno entre IGC e Ibovespa no período de Jun/01 à Mar/06

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

A pesquisa pretendeu verificar a existência de evidências que a adoção de reconhecidas práticas de governança corporativa pelas empresas, por meio do mercado de ações da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), em seus níveis de diferenciação de governança (nível 1 e nível 2) e Novo Mercado geram valor para essas empresas, por meio da valorização da cotação de suas ações em bolsa frente às empresas que não têm tais práticas. Para comprovar essas evidências, testou-se a hipótese que a média de retornos do Índice de Ações com Governança Corporativa (IGC) é maior do que a média de retornos do Ibovespa(EX), ou seja, do Ibovespa modificado com expurgo das ações que compõe o IGC. Os testes t de Student e de Wilcoxon foram apropriados para esse tipo de situação, onde o teste t é aplicável quando P1 e P2 supostas são normais, com médias μ e μ + Δ, respectivamente, e com a mesma variância. O teste de Wilcoxon aplica-se para P1 e P2 quaisquer, mas suponha-se que a escala de medidas seja pelo menos ordinal. Assim, para realizar a pesquisa foi necessário testar preliminarmente a igualdade das variâncias pelo teste de Wilcoxon, para posteriormente realizar o teste de média t de Student. O resultado aceita H0 no teste de mesma variância, isto é , e corrobora a hipótese de que as variâncias do Ibovespa(EX) e do IGC não são diferentes. Por outro lado, no teste de média, rejeitou-se a hipótese nula, mostrando evidências de que o retorno médio do IGC é maior do que o retorno médio do Ibovespa(EX). Comprovou-se a inferência de maiores retornos, na média, das companhias com práticas diferenciadas de governança corporativa (IGC, neste trabalho) frente às corporações que não adotam tais práticas (Ibovespa expurgado, neste trabalho). As limitações do estudo centram-se na premissa que os dados coletados apresentam distribuição normal, pressuposto inclusive dos testes de t de Student e de Wilcoxon que foram realizados. No mais, deve-se considerar que o fato do IGC ser um índice recente (desde 2001) há certa limitação na quantidade de dados. Portanto, os resultados comprovam estatisticamente a tese apresentada. Além dos testes mostrarem que os retornos dos Ibovespa e do IGC são diferentes, os resultados mostraram que, de fato, as empresas que aderiram à listagem diferenciada da Bovespa (IGC), por adotarem práticas diferenciadas de governança corporativa, seja no Nível 1, no Nível 2 ou no Novo Mercado, tiveram retornos superiores às empresas que permaneceram na listagem tradicional da Bovespa

ASSUNTO(S)

sociedade por acoes -- brasil corporate governance administracao financeira governanca corporativa indices de mercado de acoes igc ibovespa

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