Glicerina bruta na alimentação de vacas leiteiras / Crude glycerin as feed for dairy cows

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

08/07/2010

RESUMO

O crescimento da participação de biodiesel na matriz energética mundial aumentou o interesse no cultivo e processamento de oleaginosas, criando oportunidades para a produção de ruminantes pela possibilidade de utilização de co-produtos resultantes do processo de extração do óleo das sementes dessas oleaginosas e transformação do óleo em biodiesel. A glicerina é um triol viscoso, incolor, inodoro e higroscópio resultante, entre outros, do processo de transformação de um triglicerídeo em biodiesel, a partir de uma reação de transesterificação, na presença de um catalisador e de um álcool de cadeia curta (metanol ou etanol). Nesse processo, a glicerina denominada glicerina bruta, contém de 75 a 85% de glicerol, sendo o restante composto por água, óleo (7 a 13%), minerais oriundo dos catalisadores (2 a 3%) e álcool (<0,5%). Nesse sentido, avaliou-se o efeito da substituição do milho grão (MG) pela glicerina bruta (GB), nas proporções de 0%; 33,3%; 66,6% e 100%, na base da matéria seca (MS), sobre o consumo, a digestibilidade, o desempenho produtivo e o metabolismo de compostos nitrogenados (N) em vacas de leite. Foram utilizadas 12 vacas da raça Holandesa, distribuídas em três quadrados latinos 4 x 4, de acordo com o período de lactação. Os animais receberam ração na proporção de 50:50 em volumoso e concentrado, com base da MS. Utilizou-se silagem de milho como fonte exclusiva de volumoso. Realizou-se à análise de variância para comparação de médias e posteriormente, procedeu-se o teste de Williams, utilizando nível de 5% de probabilidade para o erro tipo I. O consumo de MS foi reduzido (P<0,05) a partir de 33,3% de substituição de MG por GB na dieta. Os consumos de MO, PB, FDN, FDNcp e FDAi seguiram a mesma tendência, reduzindo (P<0,05) a partir de 33,3% de substituição. O consumo de EE aumentou (P<0,05) a partir do nível de 66% de substituição, no entanto, não houve efeito significativo (P>0,05) para o consumo de CNF. Apesar da digestibilidade da MS, MO, PB, CNF e o teor de NDT (% da MS) terem aumentado (P<0,05) a partir de 66,6% de substituição do MG pela GB, os consumos de MS, MO digeridos e de NDT não foram influenciados significativamente (P>0,05) pela substituição nas dietas. A digestibilidade do EE aumentou significativamente (P<0,05) a partir do nível de 33,3% de substituição, enquanto que o consumo de componentes digeridos da PB reduziu (P<0,05) a partir do nível de 33,3% de substituição do MG pela GB da dieta. Mesmo não havendo redução do consumo de energia digestível, a inclusão de GB nas dietas acarretou redução (P<0,05) da síntese de N microbiano ruminal, a partir do nível de 33% de substituição. A produção de leite (PL) e PL corrigida para 3,5% de gordura (PLC) apresentaram redução (P<0,05) a partir do nível de 66,6% de substituição do MG pela GB, enquanto que não houve efeito (P>0,05) do aumento dos níveis de GB nas dietas sobre a composição do leite, relação entre o teor de proteína e gordura do leite e eficiência alimentar dos animais Concluiu-se que a GB pode substituir até 33,3% o MG da dieta de vacas leiteiras com produção média de 30 kg/dia de leite sem que haja redução significativa da produção de leite.

ASSUNTO(S)

co-produtos do biodiesel produção de leite alimentação de bovinos leiteiros nutricao e alimentacao animal co-products of biosiesel milk production feeding dairy cattle

Documentos Relacionados