Gênero e sexualidade na revista Sexy : um roteiro para a masculinidade heterossexual

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Esta dissertação tem como objetivo principal problematizar a revista Sexy como um roteiro para a masculinidade heterossexual. Para tal, foi selecionado como corpus de análise o ano de 2005 da referida revista, num total de doze edições. O referencial teórico deste trabalho é o dos Estudos Feministas e dos Estudos Culturais de inspiração pós-estruturalista. Este trabalho opera um conjunto de conceitos, tais como gênero, sexualidade, masculinidade, representação. O recurso que orientou a aproximação com o material empírico foi analisar, ao longo das doze edições, tudo o que a revista disponibilizou (mensalmente) para seus leitores masculinos, a saber: as reportagens sobre comportamento, sexualidade, viagens, consumo, as entrevistas, informações sobre livros, cinema e DVD, além dos ensaios fotográficos de nu feminino, centrais para a publicação. Também lança um olhar para a relação entre os profissionais que trabalham na revista (homens e mulheres) e os possíveis leitores, observando paulatinamente o desenvolvimento de uma relação de ensinoaprendizagem que a revista estabelece com seus leitores masculinos. Este tipo de exploração do material empírico, que buscou fundamentalmente regularidades, permitiu argumentar que a masculinidade heterossexual, construída culturalmente, é orientada pelos roteiros disponíveis no mercado (ou seja, as inúmeras revistas masculinas que existem atualmente, visam basicamente o entretenimento masculino, incluindo a revista Sexy) em que se exerce com o leitor masculino uma relação pedagógica, ou seja, de ensino-aprendizagem sobre o que é ser um homem heterossexual (em termos de preferências, incluindo as preferências sexuais) e especialmente como se comportar sexualmente. Embora haja um esforço por parte da revista, em sempre delimitar bem os espaços do masculino e do feminino, através da noção de essência, os sentidos atribuídos ao que é ‘essencialmente’ do homem e ao que é ‘essencialmente’ da mulher escapam, sobretudo quando analisamos os lugares das mulheres na publicação. Ou seja, se por um lado, as mulheres ocupam o centro dos desejos eróticos masculinos (especialmente as modelos, atrizes ou cantoras muito jovens), por outro lado, as jornalistas mulheres escreveram e orientaram não somente como os homens devem se relacionar com as outras mulheres, mas também como os homens devem se comportar sexualmente.

ASSUNTO(S)

feminist studies gênero representação gender sexuality heterossexualidade representation masculinidade sexualidade heterosexual masculinity estudos culturais

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