Gastrite auto-imune e gastrite associada à infecção pelo helicobacter pylori Estudo histológico e imuno-histoquímico da mucosa gástrica oxintica e correlação com a densidade mineral óssea

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A gastrite associada ao Helicobacter pylori e a gastrite de origem auto-imune são importantes causas de atrofia da mucosa gástrica, e têm sido relacionadas a baixa massa óssea e ao aumento do risco de câncer gástrico. O presente estudo objetiva o estudo histopatológico de duas formas de gastrite crônica, infecciosa e auto-imune, e a correlação com a densidade mineral óssea. Pacientes e métodos: Foram estudados 113 pacientes divididos em dois grupos: (1) 81 pacientes assintomáticos ou dispépticos (76 mulheres), média de idade 62,1 ± 8,4 anos e, (2) 32 pacientes com gastrite auto-imune (27 mulheres), média de idade 54 ± 14,7 anos, submetidos à endoscopia digestiva alta e à densitometria óssea em coluna e fêmur pela absorciometria com raios-X de dupla energia. Fragmentos da mucosa gástrica foram submetidos às colorações pela hematoxilina-eosina e à imuno-histoquímica com anticorpos monoclonais contra células parietais. A atrofia do corpo gástrico foi avaliada pela histologia segundo a classificação de Sydney em quatro graus: ausente, discreta, moderada e acentuada. O diagnóstico da infecção pelo Helicobacter pylori foi feito através da histologia, teste da urease e teste respiratório com carbono marcado (13C). Resultados: Para os 113 pacientes considerados em conjunto, quarenta e nove pacientes apresentaram mucosa oxíntica sem atrofia, nove apresentaram atrofia discreta, em 14 a atrofia era moderada, e em 41, acentuada. Nos 81 pacientes do grupo 1, densidade média de células parietais (CP/mm2) foi 927 ± 185 para os pacientes sem atrofia, 870 ± 180 para aqueles com atrofia leve, 683 ± 151 nos casos de atrofia moderada e 379 ± 345 naqueles com atrofia acentuada (p<0,001). Nos pacientes com gastrite auto-imune a atrofia foi avaliada em moderada em quatro casos e acentuada em 28 casos, sendo que em 22 casos (68,7%) a imuno-histoquímica revelou ausência de células parietais. A média da densidade mineral óssea (g/cm2) na coluna lombar nos pacientes do grupo 1 foi de 1,011±0,198 e no grupo com gastrite auto-imune foi de 1,065±0,209 (p>0,05). A média densidade mineral óssea (g/cm2) no fêmur dos pacientes no grupo 1 foi de 0,908±0,153, e no grupo com gastrite auto-imune foi de 0,930±0,139 (p>0,05). A prevalência da infecção pelo H. pylori no grupo 1 e 2 foi de 51,8% (42/81) e 9,3% (3/32), respectivamente, p<0,001, mas a presença da infecção não se relacionou com alteração na densidade mineral óssea. Conclusões: Atrofia da mucosa gástrica oxíntica e a presença do H. pylori, observados em associação aos dois diferentes tipos de gastrite crônica aqui estudados, não se constituíram como fatores de risco à diminuição da densidade mineral óssea. A imunohistoquímica contra células parietais permitiu avaliação objetiva da presença e grau de atrofia da mucosa oxíntica.

ASSUNTO(S)

contagem de células decs células parietais gástricas decs mucosa gástrica/patologia decs mulheres decs dissertações acadêmicas decs gastroenterologia teses. dissertação da faculdade de medicina ufmg células apud decs osteoporose/etiologia decs

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