Função motora grossa, habilidades funcionais e fenótipo comportamental de crianças com paralisia cerebral
AUTOR(ES)
Milena Luchetta da Costa
DATA DE PUBLICAÇÃO
2008
RESUMO
Paralisia cerebral é definida como um grupo de desordens do movimento e da postura, de caráter não-progressivo, porém mutável, causada por uma lesão no cérebro imaturo. O presente trabalho teve como objetivos: quantificar a função motora grossa de crianças com paralisia cerebral; classificar as crianças segundo o nível de função motora grossa; avaliar as habilidades funcionais e o nível de assistência do cuidador requerida pelas crianças; traçar o perfil comportamental das crianças; identificar a capacidade de raciocínio geral das crianças e identificar possíveis correlações entre as variáveis estudadas. A amostra foi composta por 30 crianças com paralisia cerebral, com idades entre seis e 11 anos e 11 meses, que recebem tratamento na Associação de Reabilitação Infantil Limeirense e nas "Casas André Luiz" de Guarulhos-SP, e seus respectivos pais ou responsáveis. Foram utilizados os seguintes instrumentos de coleta dos dados: um questionário semi-estruturado abordando questões relativas às condições de gestação, de parto e de nascimento; Gross Motor Function Classification System para classificação da amostra pela gravidade do quadro clínico; Gross Motor Function Measure para a medição da função motora grossa e o PEDI - Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade para a avaliação das habilidades funcionais. Foi realizada uma avaliação comportamental da criança mediante o uso da versão brasileira do Child Behavior Checklist 6-18 (CBCL/6-18) e aplicado o Teste de Inteligência Não-Verbal TONI-3 com o objetivo de medir as habilidades de raciocínio não verbal. Os resultados apontaram para correlação estatisticamente significativa entre função motora e as habilidades funcionais nas áreas de autocuidado e mobilidade. As comorbidades mais freqüentes foram a epilepsia e prematuridade, porém apenas a epilepsia parece influenciar o desempenho funcional. Na avaliação comportamental foram encontradas alterações no domínio de participação em atividades e participação social, problemas sociais e comportamento agressivo. Também foram encontrados problemas internalizantes, problemas externalizantes e problemas de ansiedade. Pode-se concluir que a independência física e a presença de epilepsia foram preditores importantes na variável envolvimento em situação da vida diária das crianças e, diagnóstico e o tratamento dos problemas de comportamento devem ser precoces para que o quadro não se agrave e interfira em outras áreas do desenvolvimento. É imperativa a atuação psicológica no acompanhamento destes pacientes junto a familiares e/ou cuidadores, bem como medidas de caráter preventivo: atuação no manejo de condições ambientais para poder propiciar uma melhora dos comportamentos considerados problema, visando, também o aumento da qualidade de vida de familiares e da própria criança.
ASSUNTO(S)
psicologia portador de paralisia cerebral função motora grossa
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