Freqüência de infecção por Toxocara em crianças atendidas em serviço público de Maringá, sul do Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo

DATA DE PUBLICAÇÃO

2007-12

RESUMO

A falta de métodos de diagnóstico laboratorial específico e sintomas específicos fazem da toxocaríase uma doença negligenciada nos serviços públicos de saúde. Este estudo teve por objetivo determinar a freqüência de infecção por Toxocara spp. em crianças atendidas no serviço público do Hospital Municipal de Maringá, sul do Brasil, e avaliar a associação com dados epidemiológicos e clínicos, em estudo observacional e transversal. De 14.690 crianças/ano atendidas, com idade entre sete meses a 12 anos, foram coletados 450 soros de setembro/2004 a setembro/2005. Um questionário foi utilizado para avaliar dados epidemiológicos, clínicos e hematológicos. Pelo teste ELISA, com antígeno de excreção/secreção de larvas de Toxocara canis, detectou-se 130 (28,8%) soros positivos, principalmente em crianças entre sete meses e cinco anos (p = 0,0016). Houve significante correlação entre sorologia positiva para Toxocara e freqüente recreação das crianças em caixas de areia da escola ou pré escola (p = 0,011) e presença do gato no domicilio (p = 0,056). Das famílias dessas crianças, 50% possuíam cachorros e o quintal com solo exposto. Eosinofilia (p = 0,776), sinais e sintomas (febre p = 0,992, pneumonia p = 0,289, resfriado p = 0,277, tosse p = 0,783, problema gastrointestinal p = 0877, dor de cabeça p = 0,979, dor abdominal p = 0,965, dores articulares p = 0,686, urticária p = 0,105) não se correlacionaram com a soropositividade. Todavia, duas crianças asmáticas apresentaram títulos de 1:10.240 (> 1:320) e acentuada eosinofilia (p = 0.0001). Os autores enfatizam a necessidade de atividades preventivas.

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