Fotocontrole da germinação de sementes de impatiens wallerana hook. f

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DATA DE PUBLICAÇÃO

1990

RESUMO

Entre os fatores ambientais capazes de influenciar a germinação das sementes, a luz é de reconhecida importância, sendo a responsável pela indução da germinação em sementes fotoblásticas positivas. O objetivo deste trabalho consistiu em caracterizar a resposta das sementes de I. wallerana à luz, verificar a interação da luz com diferentes tratamentos de temperatura e estudar o efeito da aplicação exógena de GA3 e de tratamentos de estratificação em substituição à luz e em interação com esta. As sementes de I. wallerana mostraram-se fotoblásticas positivas, sendo a germinação controlada pelo sistema fitocromo através da reação de baixa energia. As sementes desta espécie apresentaram resposta baixa a uma irradiação única com luz vermelha, necessitando, para a promoção da germinação, de exposição prolongada ou intermitente à luz. Em geral, no caso de exposições repetidas à luz vermelha, 5 exposições, desde que separadas por um intervalo mínimo adequado de escuro, foram efetivas na indução da resposta máxima. A variação do momento de aplicação das exposições, a duração das mesmas, bem como o aumento da duração dos intervalos de escuro entre as irradiações, não afetaram o nível final de resposta atingido. Em geral, considera-se que a exigência de iluminação prolongada ou intermitente para a promoção da germinação reflete a necessidade de que a ação do Fve, a forma ativa do fitocromo, se dê por um longo período de tempo. A fotorreversibilidade vermelho/vermelho-extremo pode ser observada, havendo indícios de que o tempo de escape da resposta seja longo. Além disso, parece haver um efeito de interação entre vermelho-extremo e vermelho aplicados seguidamente e nesta ordem, cuja natureza fisiológica é desconhecida. A germinação das sementes de I. wallerana ocorreu na faixa de 15 GRAUS C a 30 GRAUS C, sendo 25 GRAUS C a temperatura ótima. O fotoblastismo positivo não foi alterado pelas diferentes temperaturas constantes ou alternadas testadas, embora em certos tratamentos, tenha ocorrido um aumento da germinação no escuro. Perda do fotoblastismo positivo ocorreu com o armazenamento a seco das sementes, as quais mantiveram a viabilidade por um período relativamente curto de tempo. A germinação das sementes no escuro foi parcialmente promovida pela aplicação exógena de GA3 e por tratamento de estratificação. Evidências foram obtidas que o tratamento de frio promoveu o aumento do nível endógeno de giberelinas, sendo o seu efeito promotor mediado provavelmente pela ação destas. Ambos os tratamentos foram capazes de promover o efeito de um número sub-ótimo de exposições à luz vermelha e Incapazes de estimular a germinação de sementes tratadas com vermelho-extremo, o que sugere a necessidade de uma ação tanto do Fve quanto das giberelinas na promoção da germinação, o primeiro sendo necessário para a expressão dos efeitos das giberelinas. Apesar de ter sido obtida a inibição da germinação induzida pela luz através da utilização de inibidores de biossíntese de giberelinas,o possível envolvimento do Fve na biossíntese deste fitormônio não pode ser esclarecido, em vista do conhecimento sobre a inespecificidade de ação dos mesmos. Foi, inclusive, constatada a incapacidade do paclobutrazol, um dos inibidores utilizados, de bloquear o aumento do nível de substâncias giberelínicas nas sementes estratificadas de I wallerana.

ASSUNTO(S)

sementes fisiologia vegetal ecologia vegetal germinação

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